segunda-feira, 25 de agosto de 2025
Foto: Freepik
Em 2025, o Brasil ultrapassou a marca de 440 mil casos registrados de violência contra mulheres apenas nos primeiros meses do ano.
Os números não são apenas estatísticas: são gritos sufocados, vidas interrompidas e famílias devastadas. O aumento de feminicídios cometidos com armas de fogo, que cresceram 45% em relação ao ano anterior, revela uma escalada preocupante da brutalidade — e exige reflexão urgente.
Embora a violência de gênero seja um problema histórico, alguns fatores parecem ter intensificado sua incidência nos últimos anos:
Cortes em programas de proteção, como casas-abrigo e patrulhas especializadas, deixaram muitas mulheres desamparadas.
Em 86% dos casos de feminicídio com arma de fogo, o agressor era o companheiro ou ex-companheiro. A intimidade, que deveria ser espaço de afeto, tem se tornado palco de agressões.
Apesar de 92% das agressões ocorrerem diante de testemunhas, o medo de denunciar e a descrença na justiça ainda são barreiras.
O aumento do acesso a armas de fogo tem potencializado a letalidade dos ataques, especialmente em ambientes domésticos.
Mulheres negras, periféricas e trans enfrentam riscos ainda maiores, muitas vezes invisibilizados pelas estatísticas oficiais.
A criação de iniciativas como o Observatório do Feminicídio no Rio de Janeiro é um passo importante, mas é preciso ir além: fortalecer a educação de gênero nas escolas, garantir recursos para acolhimento das vítimas e responsabilizar agressores com celeridade e rigor.
O Brasil não pode mais aceitar ser um dos países mais violentos para mulheres. Chega de medo. Chega de silêncio. Chega de impunidade. É hora de dar voz às vítimas, de agir com firmeza e de construir um país onde todas as mulheres possam viver com dignidade, liberdade e respeito.
Esse texto não reflete necessariamente a opnião do Jornal Somos