sábado, 06 de julho de 2024

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URNA ELETRÔNICA AINDA MAIS INCLUSIVA

POR Cairo Santos | 09/04/2024
URNA ELETRÔNICA AINDA MAIS INCLUSIVA

Imagem: Edição de arte. Foto: Jornal NH

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Tentando dar oportunidades a todos os brasileiros de exercer sem nenhum dificuldade o seu direito ao voto livre e democrático, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou mais uma novidade para as eleições municipais deste ano. Moderna, confiável e ainda mais inclusiva, a urna eletrônica será equipada com um novo recurso de acessibilidade para auxiliar pessoas com deficiência visual na hora de votar. A partir das Eleições Municipais de 2024, a voz sintetizada Letícia guiará eleitoras e eleitores cegos ou com baixa visão por uma nova experiência eleitoral.

 

Além de oferecer instruções básicas para dar início ao processo, a ferramenta de sintetização informará o cargo que está em votação no momento, os números digitados e o nome da candidatura escolhida.

 

Ao entrar na seção eleitoral e se identificar, a pessoa deve comunicar a deficiência visual à equipe de mesárias e mesários, que habilitará a urna e entregará fones de ouvido para uso durante a permanência na cabine eleitoral.

 

Juntas, as medidas garantem a preservação do anonimato da votação e a autonomia das eleitoras e dos eleitores com deficiência. Todos os modelos de urna utilizados nos dias 6 (primeiro turno) e 27 de outubro (data do segundo turno) estarão equipados com a inovação.

 

Atendendo a uma sugestão da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB), a Seção de Voto Informatizado do Tribunal Superior Eleitoral (Sevin/TSE) decidiu mudar toda a tecnologia por trás do sintetizador anterior, instalado nos equipamentos em 2020.

 

Apesar de representar um avanço diante dos antigos áudios gravados que funcionaram nas urnas de 2000 a 2018 – que comunicavam o cargo em votação e os números das candidaturas, mas ainda não informavam o nome dos concorrentes -, a sintetização de voz necessitava de um toque mais “humano” para melhorar a compreensão das palavras pelo eleitorado com deficiência visual.

 

De acordo com o chefe da Sevin, Rodrigo Coimbra, a efetiva integração do recurso às urnas eletrônicas durou três meses e contou com a participação de 16 servidores e colaboradores que, durante o período, se dedicaram à pesquisa, adaptação do software e testes da nova funcionalidade.

 

A voz sintetizada Letícia pertence à atriz e cantora volta-redondense Sara Bentes, que nasceu com deficiência visual. Como o processo de integração foi realizado por meio um software livre, criado por programadores cegos, que converte o texto em fala e funciona como uma espécie de ‘banco de vozes’ público, ela tinha conhecimento de que o recurso ajudaria muitas pessoas, mas ainda não sabia que seria a nova voz da urna eletrônica. A descoberta ocorreu no último dia 1º, dia em que Sara comemorou mais um ano de vida.

 

A garantia da plena inclusão dos mais de 1,3 milhão de eleitoras e eleitores que declararam ter algum tipo de deficiência no processo de escolha de representantes é uma das missões da Justiça Eleitoral. Além da voz Letícia e do inconfundível “pilili”, alerta sonoro emitido pela urna que indica o término da votação, o equipamento conta com outros recursos de acessibilidade, como:

 

- Sistema Braille e identificação da tecla “5” do teclado da urna, que é similar ao do telefone;

- Apresentação de um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na tela para informar às eleitoras e aos eleitores com deficiência auditiva quais são os cargos que estão em votação no momento. Que as pessoas com alguma deficiência tenha mais incentivo na hora de exercer a sua cidadania através do voto.

 

 

Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

 

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