sexta-feira, 09 de maio de 2025
Foto: Agência Brasil
Recentemente, o Brasil foi classificado em 133º lugar no ranking global de participação feminina na política, e essa posição é, no mínimo, alarmante. Em um país onde mais da metade da população é composta por mulheres, a sub-representação no espaço político não só é uma injustiça social, mas também um retrocesso em nossa democracia.
A presença feminina nos círculos de decisão é fundamental para a construção de políticas públicas que atendam às necessidades de toda a população. Estudos demonstram que a inclusão de mulheres em cargos de liderança resulta em uma governança mais eficaz e em um desenvolvimento mais equitativo. No entanto, a realidade brasileira mostra que, apesar dos avanços nas últimas décadas, ainda estamos longe de alcançar a paridade de gênero. O que explica essa discrepância? Fatores culturais, sociais e econômicos, como a violência política contra mulheres, a falta de apoio em suas campanhas e a perpetuação de estereótipos de gênero, dificultam o acesso delas a cargos públicos. Além disso, as estruturas partidárias, muitas vezes arcaicas e dominadas por homens, não facilitam a ascensão das mulheres na política. A resposta a essa crise não deve vir apenas de políticas públicas, mas também de uma mobilização coletiva.
É fundamental que a sociedade civil, as organizações não governamentais e o setor privado se unam para promover a igualdade de gênero na política. Incentivar a participação feminina, oferecer treinamentos e criar redes de apoio são passos essenciais para mudar esse cenário. Neste momento crítico, é preciso que cada um de nós se comprometa a lutar por mais representatividade e a exigir um Brasil onde as vozes femininas sejam ouvidas e respeitadas. O caminho para a igualdade é longo, mas não podemos permitir que nossa nação continue a ocupar lugares tão distantes da justiça e da equidade. O futuro da política brasileira exige a presença, a força e a sabedoria das mulheres. É hora de agir. Além da metade da população brasileira está composta por mulheres, elas também representa mais da metade dos eleitores.
Apesar de as Américas terem a maior proporção de mulheres parlamentares (35,4%), o Brasil está abaixo da média regional: apenas 18,1% das cadeiras na Câmara dos Deputados são ocupadas por mulheres (93 deputadas), e no Senado, o índice é de 19,8% (16 senadoras). Nos ministérios, a situação é um pouco melhor: 32,3% das pastas são comandadas por mulheres (10 de 31).
Globalmente, a presença feminina nos parlamentos subiu apenas 0,3% em relação a 2024, chegando a 27,2%, enquanto a representação em ministérios caiu 0,4%.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.