domingo, 06 de outubro de 2024

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UM 7 DE SETEMBRO SEM COMEMORAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE O PATRIOTISMO EM RIO VERDE

POR Cairo Santos | 06/09/2024
UM 7 DE SETEMBRO SEM COMEMORAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE O PATRIOTISMO EM RIO VERDE

Foto: Prefeitura de Rio Verde

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O 7 de Setembro de 2024 será lembrado em Rio Verde, Goiás, por um motivo peculiar: a ausência de comemorações cívicas tradicionais. A decisão de não realizar desfiles ou eventos em alusão à Independência do Brasil desperta discussões importantes sobre o significado do patriotismo na sociedade atual e as consequências de ações como essa na formação da identidade nacional, especialmente em cidades do interior.

 

 

O patriotismo, muitas vezes alimentado por símbolos e rituais como o hino nacional, a bandeira e os desfiles cívicos, é uma das formas mais tangíveis de conexão entre o cidadão e sua nação. No entanto, a não comemoração da data histórica pode ser vista como uma oportunidade para questionar e refletir sobre o que significa, de fato, ser patriota.

 

 

Em Rio Verde, como em outras cidades, o Dia da Independência sempre foi um momento de exaltar valores de união e orgulho nacional. Contudo, a suspensão dessas celebrações pode abrir espaço para que a população repense seu vínculo com a nação. Estaria o patriotismo, como o conhecemos, se transformando em algo mais simbólico e menos relacionado a manifestações cívicas públicas?

 

 

Em tempos de polarização política, as comemorações de datas nacionais podem ser vistas sob a ótica da divisão ideológica. A ausência de um evento que normalmente une diferentes segmentos da sociedade pode ser interpretada por alguns como uma quebra desse vínculo. Para outros, porém, essa lacuna pode servir como um respiro em tempos de forte carga política associada ao patriotismo exacerbado.

 

 

Rio Verde, como parte do Brasil profundo, carrega em suas raízes um sentimento de pertencimento à pátria que vai além dos desfiles e bandeiras. Esse sentimento está presente na relação da comunidade com sua terra, sua história e suas tradições. Mas, em tempos de modernidade, globalização e mudanças sociais rápidas, a forma como expressamos esse patriotismo pode estar mudando.

 

 

A decisão de não comemorar o 7 de Setembro também pode ser vista como um convite à reflexão sobre a importância de valorizar mais o cotidiano do que as grandes datas. Afinal, o verdadeiro patriotismo se constrói todos os dias, nos pequenos atos de cidadania, respeito ao próximo e cuidado com o bem comum. Talvez essa mudança de perspectiva, ainda que desconfortável para alguns, possa ajudar a reavivar um sentimento de pertencimento que vai além dos rituais cívicos, conectando-se mais diretamente à realidade da vida em comunidade.

 

 

Enquanto Rio Verde assiste a este 7 de Setembro silencioso, fica o desafio para cada um de nós: como podemos fortalecer nossa relação com o Brasil e nossa cidade, não apenas em datas simbólicas, mas em ações cotidianas?

 

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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