terça-feira, 03 de dezembro de 2024
Foto: Davi Pinheiro
Ficar desempregado é um pesadelo para qualquer brasileiro e desde a pandemia da COVID os efeitos do desemprego tem sido um companheiro constante de alguns que não conseguem um trabalho fixo. A boa notícia é que com a melhora do mercado nos últimos anos, o número de trabalhadores que busca emprego há mais de dois anos teve uma redução significativa.
Dados divulgados na sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicaram que a chamada "taxa de desemprego de longa duração" ficou em 22,2% no primeiro trimestre deste ano, com 1,9 milhão de pessoas desocupadas há dois anos ou mais. Esse número é 6,1% maior do que o observado no trimestre imediatamente anterior, mas representa uma queda de 14,5% em comparação ao mesmo período de 2023.
No primeiro trimestre de 2015, eram cerca de 1,4 milhão de desocupados há mais de dois anos. Em geral, o trabalhador que fica mais tempo sem trabalhar tem baixa qualificação, seja pela falta de experiências profissionais ou de formação acadêmica. É uma camada mais vulnerável, que dificilmente consegue aplicar e ser escolhido para vagas melhores, de remuneração mais alta. Por isso, esse recuo é uma mostra de força do mercado de trabalho brasileiro desde o impacto da pandemia de Covid. Por outro lado, especialistas afirmam que a desaceleração econômica prevista para este ano e, agora, a perspectiva de juros mais altos do que o esperado devem reduzir essa onda positiva.
A recomendação dos analistas é que o segmento procure investir em estudo e qualificação, para enfrentar um cenário de mudanças que deve se estabelecer nos próximos anos. A taxa de desemprego de longa duração é aquela que representa o percentual de pessoas que estão desocupadas há dois anos ou mais no país.
Desde o terceiro trimestre de 2021, o indicador vem em plena queda. Foram cinco trimestres seguidos de queda, uma pequena interrupção no primeiro trimestre de 2023, e mais três quedas nos períodos seguintes.
No geral, a melhora do mercado de trabalho também tem se refletido nos indicadores de renda. Dados da Pnad de março, por exemplo, indicam que o rendimento real habitual teve uma alta de 1,5% em relação ao trimestre anterior e passou a R$ 3.123. No ano, o crescimento foi de 4%. Para os trabalhadores que estava há muito tempo procurando emprego, no entanto, os especialistas destacam que a média tende a ser menor. Diante do cenário favorável, o negócio é buscar qualificação para poder voltar ao mercado de trabalho com uma renda melhor.
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