quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Setembro esta indo embora, e com ele a campanha que veste o Brasil de amarelo para iluminar um tema que ainda vive nas sombras: o suicídio. O Setembro Amarelo é mais do que uma mobilização nacional — é um chamado à empatia, à escuta e à ação.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. No Brasil, são cerca de 14 mil vidas perdidas anualmente. Por trás desses números, há histórias interrompidas, famílias devastadas e, muitas vezes, sinais ignorados. A automutilação, frequentemente associada ao sofrimento emocional profundo, também merece atenção urgente. Ela pode ser um grito silencioso por ajuda, um pedido de acolhimento.
Uma em cada quatro pessoas entrevistadas por uma pesquisa online da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) disse ter tido pensamentos suicidas nos seis meses anteriores ao levantamento. Além disso, mais da metade relataram desejos de se isolar.
A pesquisa ouviu pessoas adultas de todas as faixas etárias e que vivem nas 27 unidades da Federação. O objetivo da ABP foi reunir informações para reforçar a mensagem da campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio.
Dados preliminares do levantamento mostram ainda que 25,2% dos participantes afirmaram “não se sentir bem” no momento da pesquisa e 30,9% se declararam tristes ou decepcionados, mas ainda com esperança de melhorar.
A pesquisa mediu também a disposição das pessoas em procurar ajuda. Do total de pessoas consultadas, 54,1% informaram que sabiam onde buscar auxílio especializado e 50,9% responderam que, pelo menos uma vez, foram atendidos por psiquiatra ou psicólogo.
Para a ABP, isso indica uma crescente conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde mental e diminuição do estigma, relacionado a essas condições.
A campanha do Setembro Amarelo nos convida a quebrar tabus. Falar sobre dor não incentiva o sofrimento — ao contrário, abre espaço para o cuidado. É preciso entender que saúde mental é tão vital quanto a física, e que procurar ajuda não é fraqueza, mas coragem.
Que o amarelo deste setembro nos lembre que há sempre uma luz possível — mesmo nos dias mais escuros. E que, juntos, possamos construir uma cultura de acolhimento, onde ninguém precise sofrer sozinho.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.