quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Divulgação
O sonho de alguns, receber salário para não fazer nada, pode incomodar alguns que chegam a procurar a justiça para denunciar o pagamento sem falta de função. A consciência do brasileiro está melhorando então? Pode ser, mais o narrado não aconteceu no Brasil.
Uma mulher francesa processou uma empresa da rede de telecomunicações Orange por "assédio moral e discriminação no trabalho", acusando a empresa de lhe pagar durante 20 anos sem lhe atribuir qualquer tarefa.
Laurence Van Wassehnove foi recrutada como funcionária pública pela France Telecom - nome antes da empresa ser adquirida pela Orange - em 1993. O seu empregador original sabia que ela era hemiplégica, ou seja, sofria de paralisia parcial da face e dos membros. Além da doença, adquirida no nascimento, a mulher também sofria de epilepsia.
Seu empregador, então, decidiu oferecer um cargo adaptado às suas condições médicas. Ela trabalhou como secretária e no departamento de RH até 2002, quando pediu transferência para outra região da França. O seu pedido foi aprovado, mas o seu novo local de trabalho não estava adaptado às suas necessidades, de acordo com um relatório de medicina do trabalho que confirmou que o cargo não era compatível com as necessidades da mulher.
Apesar disso, a Orange supostamente preferiu não fazer nenhum ajuste em suas funções, preferindo pagar o salário da mulher de maneira integral pelos próximos 20 anos de sua vida.
A mulher, por sua vez, tentou encontrar soluções para denunciar a situação ao governo em uma luta contra a discriminação. Em 2015, o mediador nomeado pela Orange foi escolhido para resolver a situação, mas as coisas não melhoraram e a empresa continuou a pagá-la sem lhe atribuir tarefas.
A advogada de Lawrence afirmou que a empresa de telecomunicações estava fazendo um "jogo" para que a mulher largasse o seu emprego. "Eles preferem pagá-la a fazê-la trabalhar", revelou a advogada.
Diretores da empresa afirmaram que a empresa fez de tudo para garantir que a mulher pudesse trabalhar nas melhores condições possíveis.
A rede de telecomunicações garantiu, ainda, que levou em conta a "situação social" da mulher, e resolver continuar pagando o salário integral de forma contínua. Não sei se vamos poder tomar conhecimento de algo parecido no Brasil, ou seja, entrar na justiça para obrigar a empresa que esta te pagando a colocar você para trabalhar. No mínimo é um caso inusitado.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.