terça-feira, 17 de junho de 2025

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O SOPRO PERIGOSO DA NOVA GERAÇÃO: CIGARRO ELETRÔNICO

POR Cairo Santos | 16/06/2025
O SOPRO PERIGOSO DA NOVA GERAÇÃO: CIGARRO ELETRÔNICO

Foto: Freepik

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Nos corredores das escolas e nas praças das cidades, uma névoa discreta paira no ar. Ela não tem o cheiro característico dos cigarros tradicionais, mas carrega um risco silencioso: os cigarros eletrônicos, ou vapes, estão conquistando os adolescentes e preocupando especialistas em saúde.

 

O crescimento do uso entre os jovens tem sido alarmante. Com embalagens coloridas, sabores doces e uma imagem de modernidade, os vapes se tornaram um símbolo de status entre os adolescentes, muitas vezes vistos como "inofensivos" ou uma alternativa "menos prejudicial". No entanto, essa percepção é enganosa.

 

Pesquisas recentes revelam que o uso contínuo de cigarros eletrônicos pode levar à dependência da nicotina, danos pulmonares e até alterações no desenvolvimento cerebral de adolescentes. A falsa sensação de segurança mascara o fato de que muitos dispositivos contêm níveis de nicotina semelhantes — ou até superiores — aos cigarros convencionais. Além disso, os efeitos a longo prazo do uso desses produtos ainda são pouco compreendidos.

 

É dever da sociedade — pais, educadores, autoridades — acender a luz sobre esse problema. Campanhas de conscientização, políticas públicas mais rígidas e diálogo franco com os jovens são ferramentas essenciais para frear essa tendência.

 

Porque, no fim das contas, o que está em jogo não é apenas um hábito passageiro, mas a saúde de uma geração inteira.

 

O uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes no Brasil é cinco vezes maior do que o de consumo do tabaco convencional e está acima da média nacional e do uso entre adultos.

 

É o que revela o terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

 

Segundo a pesquisa, 5,6% da população com 14 anos ou mais utiliza os vapes, sendo 3,7% de forma exclusiva. Entre aqueles de 14 a 17 anos, o índice chega a 8,7%, contra 5,4% dos adultos.

 

O relatório mostra ainda que 76,3% dos adolescentes que experimentaram cigarro eletrônico passaram a fazer consumo regular, além de os aparelhos não terem auxiliado na redução do tabaco convencional.

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

 

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