sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Foto: Freepik
Hoje quero trazer a tona um tema de muita relevância que às vezes tem passado despercebido pela grande mídia: direitos das mulheres no Brasil.
Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um preocupante retrocesso nos direitos das mulheres, refletido em diversas estatísticas que revelam a gravidade da situação. O aumento do número de feminicídios, que se tornou uma triste realidade em nosso país, é um dos aspectos mais alarmantes desse cenário. Dados recentes mostram que, a cada dia, pelo menos uma mulher é assassinada em razão de sua condição de gênero, o que evidencia a urgência de uma resposta efetiva por parte do Estado e da sociedade.
Além do aumento da violência, a disparidade salarial entre homens e mulheres continua a ser uma chaga aberta em nossa sociedade. Em média, as mulheres recebem menos do que 80% do que os homens ganham, mesmo ocupando funções semelhantes. Essa diferença não é apenas um reflexo da desigualdade de gênero, mas também um indicativo de um sistema que ainda valoriza menos o trabalho feminino em diversas áreas, perpetuando a ideia de que as mulheres devem aceitar uma condição inferior.
É fundamental que a sociedade civil se mobilize em defesa dos direitos das mulheres, exigindo políticas públicas eficazes que combatam a violência de gênero e promovam a igualdade salarial. As leis existem, mas sua aplicação muitas vezes é falha e insuficiente. Precisamos de uma mudança cultural que desestimule a violência e promova o respeito e a valorização das mulheres em todos os aspectos da vida.
A luta pelas conquistas de direitos das mulheres não é apenas uma questão de justiça social, mas uma necessidade urgente para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ignorar essa realidade é permitir que o retrocesso se perpetue, em detrimento de milhões de vidas. Que possamos, juntos, construir um futuro onde todas as mulheres possam viver sem medo e com igualdade de oportunidades.
As mulheres são a maioria da população brasileira, mas ainda enfrentam uma série de desigualdades e violências em diversos âmbitos, segundo relatório Revisão de Políticas Públicas para Equidade de Gênero e Direitos das Mulheres, divulgados nesta terça-feira (18/2) pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O relatório reúne as diversas iniciativas, programas, políticas públicas, estudos e auditorias realizados no Brasil ao longo dos últimos 30 anos, voltados para garantir os direitos das mulheres.
Segundo o TCU, nos últimos anos houve retrocessos em termos de institucionalização das políticas públicas para as mulheres. Principalmente durante a pandemia de covid-19, que impactou mais fortemente as mulheres, especialmente as negras.
Um exemplo é que, em 2022, ocorreu a menor alocação de recursos federais para o enfrentamento da violência contra a mulher. E também de baixa execução orçamentária e redução do escopo das ações implementadas.
Em relação à violência, no primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio, o que representa uma média de quatro mulheres mortas por dia. Este número é 10,8% maior que o total de mortes registrado no primeiro semestre de 2019.
Voltando a falar da diferença salarial entre homens e mulheres, o Brasil fica em 117º lugar, no ranking do Global Gender Report, entre um total de 146 países. Alô autoridades brasileiras, é chegada a hora de refletir sobre isso com mais empenho.