quarta-feira, 27 de agosto de 2025

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O IMPACTO DO USO DE CELULARES NA SAÚDE MENTAL DOS JOVENS

POR Cairo Santos | 27/08/2025
O IMPACTO DO USO DE CELULARES NA SAÚDE MENTAL DOS JOVENS

Imagem: Freepik

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Nos últimos anos, o uso de celulares entre os jovens explodiu, tornando-se uma parte integrante de sua vida diária. No entanto, enquanto a tecnologia traz inegáveis benefícios de comunicação e acesso à informação, também levanta preocupações significativas sobre a saúde mental dessa geração. Estudos recentes têm apontado uma correlação preocupante entre o uso excessivo de celulares e o aumento de sintomas de ansiedade, depressão e solidão entre os jovens.

 

A constante comparação com a vida editada de amigos e influenciadores nas redes sociais pode criar um ciclo vicioso de insatisfação e baixa autoestima. A pesquisa realizada pela Royal Society for Public Health no Reino Unido revelou que plataformas como Instagram e Snapchat, por exemplo, estão associadas a altos níveis de ansiedade e depressão. Além disso, a dependência do celular pode prejudicar as interações sociais no mundo real. Em vez de se conectarem pessoalmente, muitos jovens preferem a comunicação digital, o que pode levar ao isolamento social.

 

O tempo excessivo de tela também está relacionado a distúrbios do sono, uma vez que a luz azul emitida pelos dispositivos interfere na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. Por outro lado, é importante destacar que nem todo uso de celular é prejudicial. Aplicativos de meditação e grupos de apoio online podem proporcionar benefícios à saúde mental, oferecendo recursos e comunidades para jovens que enfrentam desafios emocionais.

 

A chave está no equilíbrio e no uso consciente da tecnologia. É fundamental que pais, educadores e a própria sociedade reconheçam esses riscos e incentivem hábitos saudáveis em relação ao uso de celulares. Promover momentos de desconexão e encorajar atividades ao ar livre e interações cara a cara são passos essenciais para proteger a saúde mental dos jovens. Em um mundo cada vez mais digital, é nossa responsabilidade garantir que a tecnologia sirva como uma ferramenta de empoderamento, e não como um fardo para a saúde mental das futuras gerações.

 

Crianças que começaram a usar smartphones cedo tiveram pior saúde mental a cada ano de uso antes dos 13. Sentimentos de baixa autoestima estiveram presentes tanto em meninas quanto em meninos. As meninas relataram menos resiliência emocional e menor confiança, enquanto os meninos disseram se sentir menos calmos, menos estáveis e menos empáticos.

 

Cerca de 48% das mulheres jovens que tinham smartphones aos 5 ou 6 anos, relataram ter tido pensamentos suicidas graves, em comparação com 28% das mulheres que tinham smartphones aos 13 anos ou mais. Já entre os homens jovens, 31% daqueles que tinham smartphones aos 5 ou 6 anos, relataram ter tido pensamentos suicidas graves, e 20% dos homens que tinham smartphones aos 13 anos ou mais relataram ter tido pensamentos suicidas graves.

 

 

Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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