sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Foto: Agência Senado
O Plenário do Senado Federal aprovou o projeto de lei 2.562/25, que estabelece o Dia Nacional das Meninas, a ser comemorado anualmente em 11 de outubro, além de transferir o Dia Nacional da Mulher para 8 de março. A proposta é de autoria da deputada Soraya Santos. No calendário oficial, o Dia Nacional da Mulher é celebrado no dia 30 de abril, e a proposição visa transferir a data para o dia 8 de março, para que coincida com o Dia Internacional da Mulher. Pretende-se também que o dia seja incorporado no calendário nacional de datas comemorativas.
A iniciativa do projeto visa reconhecer e celebrar os direitos e o potencial das meninas em todo o Brasil. Sem dúvida, essa é uma conquista significativa em um país onde a desigualdade de gênero ainda persiste de maneira alarmante. No entanto, é fundamental que não apenas celebremos essa data, mas que também reflitamos sobre o que ela realmente representa e os desafios que ainda precisam ser enfrentados.
A criação de um dia destinado a meninas tem um simbolismo poderoso. Ele oferece uma oportunidade para discutir temas cruciais, como educação, saúde, violência de gênero e empoderamento. Contudo, enquanto celebramos essa vitória legislativa, devemos questionar: o que temos feito para garantir que as meninas no Brasil tenham acesso a oportunidades reais e igualitárias? A aprovação do projeto é apenas um primeiro passo, e o verdadeiro teste será a implementação de políticas eficazes que promovam a igualdade de gênero e a proteção dos direitos das meninas. Infelizmente, a realidade para muitas meninas em nosso país é marcada por uma série de desafios, incluindo a violência doméstica, a discriminação na educação e a escassez de serviços de saúde adequados.
Durante a pandemia, essas questões foram exacerbadas, e muitas meninas foram forçadas a abandonar seus estudos, aumentando o risco de gravidez precoce e casamentos infantis. Portanto, o Dia Nacional das Meninas deve ser uma oportunidade para renovar o compromisso das autoridades e da sociedade civil em criar um ambiente seguro e propício para o desenvolvimento pleno dessas jovens. Além disso, é vital que essa data não se torne apenas uma oportunidade para discursos vazios e ações simbólicas.
É necessário promover um engajamento real da sociedade em torno dos direitos das meninas, envolvendo educadores, pais, comunidade e, principalmente, as próprias meninas, que devem ser ouvidas e ativamente incluídas nas decisões que afetarão suas vidas. Assim, ao comemorarmos o Dia Nacional das Meninas, que possamos nos comprometer não apenas a reconhecer sua importância, mas também a garantir que suas vozes e suas necessidades sejam priorizadas. A aprovação desse projeto é um avanço, mas a luta pela equidade e pela proteção dos direitos das meninas no Brasil deve continuar todos os dias do ano. Que esse dia seja um marco para uma mudança efetiva.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.