quinta-feira, 30 de outubro de 2025
Foto: Canva
Se você acha que as mudanças climáticas são apenas uma questão ambiental, pense novamente. A emergência climática já está afetando diretamente a saúde humana — e os dados são alarmantes. O planeta aquece, e com ele, aumentam os casos de doenças respiratórias, cardiovasculares, infecciosas e até mentais.
Ondas de calor extremas, cada vez mais frequentes, são responsáveis por milhares de mortes todos os anos. Em 2023, a Europa registrou recordes de temperatura e um aumento significativo de internações por desidratação, insolação e agravamento de doenças crônicas. No Brasil, cidades como Cuiabá e Rio de Janeiro enfrentaram sensações térmicas acima dos 50 °C, afetando especialmente idosos, crianças e pessoas com comorbidades.
A poluição do ar, intensificada por queimadas e emissões de gases do efeito estufa, é outro vilão silencioso. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 99% da população mundial respira ar com níveis de poluentes acima do recomendado. Isso contribui para o aumento de asma, bronquite, AVCs e infartos.
Doenças infecciosas também estão em expansão. Com o aumento das temperaturas e das chuvas, vetores como o mosquito Aedes aegypti se proliferam em novas regiões, levando dengue, zika e chikungunya a áreas antes consideradas seguras. Além disso, eventos climáticos extremos, como enchentes, favorecem surtos de leptospirose e hepatite A.
E não para por aí. A saúde mental também sofre. O estresse causado por desastres naturais, o luto por perdas materiais e humanas, e a ansiedade climática — especialmente entre os jovens — são fenômenos cada vez mais documentados por psicólogos e psiquiatras.
Diante desse cenário, é urgente que governos, empresas e cidadãos reconheçam que a crise climática é também uma crise de saúde pública. Adaptar sistemas de saúde, investir em vigilância epidemiológica e reduzir emissões de carbono não são apenas medidas ambientais — são ações para salvar vidas.
O clima está mudando. E se não mudarmos com ele, pagaremos com nossa saúde.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.