quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Imagem: freepik
Foi decretado pelo prefeito de Nova Bandeirantes, município a 966 km de Cuiabá no Mato Grosso, situação de emergência hídrica, proibindo o uso da água tratada para encher piscinas, lavar calçadas, carros ou qualquer tipo de utilização considera despensável até que o abastecimento seja regularizado. A decisão levou em conta as mais de 700 mil cabeças de gado no município.
A medida chamou a atenção em meio as discussões sobre mudanças climáticas. Ao decorrer do ano, o agro tem sofrido ininterruptamente com climas severos, seja pelo excesso de chuva, ou pela estiagem –vivida agora – com altas temperaturas e umidade relativa do ar baixa, ocasionando queimadas em todo território brasileiro.
As decisões tomadas atualmente –mais como emergência e não prevenção – não evitam e nem minimizam as perdas de produção agropecuária. A terra é a que mais sofre com tudo isso, a longo prazo, a degradação fica cada vez mais evidente diminuindo a produção de grãos, e consequentemente a oferta de alimentos para a população.
Para o gado isso também acontece e é mais visível, com a baixa oferta de pasto de qualidade – por conta da degradação da terra – o animal perde peso, e o produtor tem que arcar com suplementação. Outro agravante é a desidratação, a falta de água pode trazer sérios problemas de saúde para o animal, resultando na redução do rebanho e da oferta da proteína animal para a população.
Tanto na agricultura quanto na pecuária, o aumento do custo de produção é notado nos últimos anos, e se deve, principalmente, pelas alterações climáticas severas. Na atividade leiteira por exemplo, o valor alto investido para contornar os resultados dos efeitos climáticos fez com que o pecuarista desistisse do setor, o que diminuiu a oferta e o consumidor viu a alta do preço na gôndola do supermercado. Isso também pode ser observado com outros alimentos.
Mesmo que medidas mais elaboradas com diversos países precisem ser discutidas, às vezes, decisões mais simples como evitar o desperdício de água para encher piscinas lavar calçadas e carros, como feito por Nova Bandeirantes, surtem mais efeito na preservação da atividade e na segurança alimentar nacional.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos