Eu vi Marta jogar futebol. Com essa frase que trago de um futuro não distante, começo esse texto para enaltecer uma das maiores mulheres que farão falta em nosso futebol assim que ela pendurar as chuteiras.

Aos 38 anos, Marta já é campeã de tudo dentro e fora de campo. Ela despertou muita vontade em mulheres a seguir o seu caminho independente de desejos e opiniões alheias e continuar rompendo barreiras como a brasileira ainda faz.

Natural de Dois Riachos–AL, a camisa 10 da Seleção está no panteão de grandes esportistas que passaram pelo mundo e teve uma atitude digna de que o seu condicionamento físico não é o mesmo de quando foi revelada ao mundo em 2004, em Atenas.

Desfilou ótimo futebol e gols memoráveis que colocaram a seleção feminina em outro patamar, o que se reflete em seis troféus de melhor jogadora do mundo. Quer mais?

Ninguém precisa dizer para Marta ficar no banco, pois ela mesma do alto de sua consciência (que alguns jogadores homens não tem), decidem ceder o espaço para alguém que tenha mais força física e mental e mais jovem.

Com uma geração renovada em campo, o Brasil, nos seus últimos dois jogos, conseguiu se sobressair diante da seleção francesa, pais sede e da Espanha, atual campeã mundial.

Como em qualquer reinado, alguns reis costumam não saber exatamente a hora de parar. No caso da Marta, o ego não venceu, deixando-a maior que ainda é. Disse que estará à disposição do técnico Artur Elias para qualquer posição, a qualquer momento em que for convocada para o campo. O erro dela, que foi ser expulsa e o choro após deixar o campo na partida contra a Espanha, mostrou que ela é humana e erra sim. Mas é um erro que não apaga a sua carreira.

Neste sábado (10), o Brasil enfrenta os Estados Unidos na final feminina das Olimpíadas de Paris 2024. A postura honrosa de Marta em se ver na reserva e dar espaço a outra a ela inteligencia emocional de que continuará brilhando por muitos anos. Você é 10, Marta!

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.