quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Arquivo/ Beto Oliveira
136 anos depois de assinada a Lei Áurea que acabou com a escravidão no Brasil, os brasileiros negros continuam sofrendo a consequências da escravidão. São as maiores vítimas de homicídio no País.
A cada 10 pessoas assassinadas no Brasil, 7 são pessoas negras. Com isso, a população preta constitui 76,5% das vítimas de homicídio no país em 2022. A informação é do Atlas da Violência 2024, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado na última terça-feira (18).
De acordo com o levantamento, 35.531 pessoas negras foram mortas de forma intencional no Brasil em 2022. Além disso, a taxa de mortes intencionais para população negra é de 29,7 a cada 100 mil habitantes do grupo. Para pessoas não negras (ou seja, pessoas brancas, indígenas e amarelas) a mesma taxa é 10,8.
Segundo o Atlas da Violência, o índice de homicídios contra pessoas não negras é de 19,4% do total de mortes com registro racial. Dessa forma, para cada pessoa branca, indígena ou amarela morta, 2,8 negros são vitimados. Além disso, o relatório aponta que, no período entre 2012 e 2022, uma pessoa negra foi assassinada a cada 12 minutos no Brasil. Ao todo, são 445.442 negros, vítimas de homicídio.
O estado com o maior número de homicídios contra pessoas negras é a Bahia, com 6.259 mortas em 2022. É também no território baiano onde está a maior parte da população preta do país - cerca de 80%. A lista segue com o Amapá (48,8), Amazonas (47,5) e Rio Grande do Norte (45,3) na segunda, terceira e quarta posição, respectivamente.
O relatório também apontou que a Bahia é o estado com o maior número de cidade na lista das 20 mais violentas do país. Apesar do índice significativo, ele representa uma pequena queda em relação à última versão do Atlas da Violência, divulgado em 2023 com o ano base 2021 e que teve o maior número de pessoas negras assassinadas em 11 anos, com 36.616 homicídios.
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