quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Reprodução
Uma série de reportagens divulgadas pelo Portal Léo Dias trouxe à tona uma polêmica envolvendo o Spotify, a plataforma de streaming mais popular do mundo. Segundo as investigações, artistas estariam desembolsando quantias consideráveis, chegando a cerca de R$ 200 mil, para garantir posições privilegiadas em playlists populares da plataforma.
O esquema, conforme descrito, envolveria o uso de fazendas de robôs, que reproduzem streams de músicas de forma artificial, impulsionando a visibilidade das faixas. O Spotify, ciente das práticas fraudulentas, tem adotado medidas para combater esse tipo de manipulação. Os responsáveis pelas ações de streaming artificial são punidos, com perfis banidos e músicas deletadas da plataforma.
Apesar disso, a prática parece continuar, e grandes nomes da música nacional estariam envolvidos nesse esquema. De acordo com especialistas citados nas reportagens, os organizadores dessas fazendas de robôs podem lucrar quantias significativas, chegando a dois ou três milhões de reais por mês.
Esses escritórios de bots, segundo as denúncias, operam com milhares de aparelhos conectados 24 horas por dia, simulando ouvintes regulares. O esquema envolve também o uso de contas Premium do Spotify, que permitem vincular até cinco perfis, multiplicando assim o número de “ouvintes”. Além disso, há métodos para burlar o sistema, como o uso de placas que simulam atividades de celulares, encontradas online por valores superiores a quatro mil reais.
Os valores cobrados pelos serviços variam entre 50 mil e 200 mil reais, dependendo da quantidade de streams desejada. Esses números podem garantir uma música no topo das paradas, mas também podem resultar em punições por parte do Spotify, que está trabalhando para deter essa prática.
Em resposta às denúncias, o Spotify anunciou que em breve começará a cobrar das gravadoras e distribuidores quando flagrar streaming artificial em seu conteúdo. A plataforma investe em revisões automatizadas e manuais para prevenir, detectar e mitigar o impacto dessa manipulação.
Além do Spotify, a Sony Music também se posicionou sobre o assunto, afirmando ser radicalmente contrária a qualquer prática de manipulação artificial do streaming.