sexta-feira, 20 de junho de 2025
Hoje quero refletir com vocês sobre a criação da Lei Seca no Brasil e sua efetividade no combate aos que bebem e insistem em dirigir.
No dia 19 de junho de 2008, entrava em vigor a Lei nº 11.705 — popularmente conhecida como Lei Seca — com o firme propósito de reduzir os alarmantes índices de acidentes de trânsito causados pela combinação de álcool e direção. 17 anos depois, é impossível negar o impacto profundo que essa legislação teve na vida dos brasileiros.
Mais do que um instrumento punitivo, a Lei Seca representou uma guinada cultural. Campanhas educativas, blitz regulares e mudanças no comportamento da sociedade consolidaram o entendimento de que beber e dirigir não é apenas uma infração, é um risco à vida. De acordo com dados do Ministério da Saúde, os primeiros anos após a implementação já mostraram quedas significativas nas mortes por acidentes relacionados ao álcool.
A importância da Lei Seca vai além dos números. Ela impôs um novo código de responsabilidade, especialmente entre os jovens motoristas, e ajudou a transformar o trânsito em um espaço mais seguro e menos tolerante ao descaso. É uma conquista que salvou milhares de vidas — e continua salvando.
Celebrar os 17 anos da Lei Seca é, portanto, reafirmar o compromisso com a vida. É reconhecer que políticas públicas bem aplicadas e com fiscalização constante têm o poder de gerar mudanças reais. E, acima de tudo, é lembrar que cada escolha consciente ao volante faz parte de uma corrente de cuidado coletivo.
Pesquisei e divulgo abaixo alguns dados interessantes sobre a Lei Seca:
Antes da Lei Seca (2007):
O Brasil registrava aproximadamente 40 mil mortes no trânsito.
Primeiro ano da Lei Seca (2008):
Houve uma queda de 15,5% nas mortes no trânsito, com 422 mortes registradas.
Um ano após a implementação (2009):
Houve uma redução de 6% nas mortes por acidentes de trânsito em relação ao ano anterior à lei, e a taxa de mortalidade foi reduzida em 12%, com 2.198 mortes.
15 anos após a implementação (2023):
Em comparação com o ano anterior à lei, houve uma redução de 51% nas mortes, com 245 mortes registradas.
Internações:
Apesar da redução de mortes, houve um aumento nas internações por acidentes de trânsito relacionados ao álcool entre 2010 e 2021, com um aumento de 34%. Em 2021, o Brasil registrou 36 internações por acidentes de trânsito atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes, a maior taxa entre 2010 e 2021.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.