sábado, 26 de abril de 2025
Foto: Will Rosa
O deputado estadual Karlos Cabral (PSB/GO) conseguiu aprovar em segunda e última votação na Assembleia Legislativa de Goiás um projeto de Lei que reserva 20% de vagas em concursos públicos do Executivo Goiano para pessoas negras. Isso me fez refletir sobre a política de cotas no Brasil e resolvi conversar com os leitores sobre o assunto.
A política de cotas no Brasil tem sido um tema de intenso debate, especialmente quando se trata de iniciativas como o projeto do deputado estadual Karlos Cabral, que propõe reservar 20% das vagas em concursos públicos para pessoas negras. Essa proposta levanta questões fundamentais sobre o papel das cotas na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Por um lado, as cotas são vistas como uma ferramenta de inclusão, corrigindo desigualdades históricas e oferecendo oportunidades para grupos marginalizados. No Brasil, onde o racismo estrutural ainda é uma realidade, medidas como essa podem ser essenciais para garantir que pessoas negras tenham acesso a posições de destaque e influência.
Por outro lado, críticos argumentam que as cotas podem gerar divisões, reforçando identidades raciais e criando um sentimento de exclusão entre aqueles que não se beneficiam diretamente delas. Há também o risco de que tais políticas sejam percebidas como paliativas, desviando o foco de reformas mais profundas e estruturais.
A questão central é: como equilibrar a necessidade de reparação histórica com a construção de uma sociedade onde todos se sintam incluídos? Talvez a resposta esteja em combinar políticas de cotas com investimentos em educação, saúde e oportunidades econômicas para todos, independentemente de raça.
O projeto de Karlos Cabral é um convite para refletirmos sobre o Brasil que queremos construir. Inclusão e divisão não precisam ser opostos; podem ser partes de um mesmo processo de transformação social. E você pensa como?
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.