sexta-feira, 25 de julho de 2025
Foto: Canva
A fila das gerações anda, embora os rótulos, marcas e conceitos, às vezes, se embolem. A escritora, poetisa e colecionadora de arte Gertrude Stein teria batizado uma das primeiras, a geração perdida, aquela nascida no fim do século retrasado, que viveu a Primeira Guerra Mundial. Depois, veio os chamados babies boomers, nascidos (na Europa e nos EUA) entre 1946 e 1964 (no Brasil, seriam chamados de “geração reprimida”, aquela que cresceu sob a ditadura militar). Em seguida, foi à vez da geração X (de 1965 a 1980), da geração Y ou Millennial (início dos 1980 até meados dos 90), da geração Z (que vai até o começo dos anos 2010) e da geração Alpha (até 2024). No paralelo, tivemos por aqui também, nas artes plásticas, a Geração 80 e, nas palavras de Renato Russo, a Geração Coca-Cola. Até chegarmos ao ponto de nos perguntarmos: como vem você, geração Beta?
Segunda a avançar no alfabeto grego, ela inclui todos aqueles (bebês) nascidos a partir de janeiro deste ano e além. Esses cidadãos do futuro devem herdar um mundo onde a complexidade e a inovação conviverá em ritmo acelerado. Recente artigo do Fórum Econômico Mundial indica que a geração Beta vai representar 18% da população mundial até 2050 e que seu crescimento, deslocamento e hábitos de consumo terão impacto significativo na economia global.
Nascidos em meio à aceleração tecnológica, mudanças climáticas e transformações sociais profundas, os primeiros representante da chamada Geração Beta surgem como protagonistas de um futuro ainda mais digital, hiperconectado e, ao mesmo tempo, desafiador.
Enquanto seus pais — os millennials e os primeiros membros da geração Z — aprendem a equilibrar o real e o virtual, os betas já entram no mundo imerso em assistentes virtuais, realidades aumentadas, cidades inteligentes e sistemas educacionais baseados em dados. Terão uma infância em que a IA não será novidade, mas normalidade.
A geração Beta vão crescer sob o impacto das mudanças climáticas, herdeiros das urgências ambientais. Viverão as consequências de decisões politicas e econômicas tomadas agora e serão educados por algoritmos e terão contato precoce com linguagem de programação.
Para os betas, o digital é extensão do corpo: conversar com uma inteligência artificial será tão natural quanto trocar palavras no recreio. A linguagem não será apenas verbal, mas visual, tátil e codificada.
Preparar a geração beta exige muito mais do que adaptar currículos escolares. Será necessário promover o pensamento crítico, ensinar empatia e cultivar resiliência — porque, embora vivam cercados por máquinas inteligentes, continuarão sendo humanos em formação.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.