quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Imagem: reprodução/Aprosoja
O Brasil, apesar de ser um dos maiores produtores de grãos do mundo, enfrenta desafios significativos na armazenagem de sua produção agrícola. Prestes a colher uma safra robusta, a capacidade estática atual dos armazéns brasileiros é insuficiente para comportar toda a safra produzida, resultando em um déficit considerável.
Dados indicam que o país possui capacidade para armazenar apenas cerca de 60% de uma única safra de grãos, deixando aproximadamente 40% da produção sem armazenamento adequado.
Esse déficit acarreta diversos problemas para os agricultores, incluindo a necessidade de vender a produção rapidamente, muitas vezes em condições de mercado desfavoráveis, e o aumento das perdas pós-colheita devido à exposição inadequada dos grãos.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a situação compromete não apenas a rentabilidade do produtor, mas também a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado global.
A falta de investimentos suficientes por parte do governo em infraestrutura de armazenagem tem sido apontada como uma das principais causas desse problema.
Especialistas estimam que seriam necessários investimentos anuais de R$ 15 bilhões para impedir o crescimento do déficit de armazenagem de grãos no Brasil. No entanto, o governo federal, por meio do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), disponibilizou apenas R$ 5,13 bilhões para a safra atual, valor considerado insuficiente para atender à demanda crescente.
A CNA também destaca que o montante disponibilizado não é proporcional ao crescimento da produção agrícola, que avança a taxas superiores às dos investimentos em armazenagem.
A escassez de armazéns impacta diretamente a eficiência logística e a competitividade do agronegócio brasileiro, evidenciando a necessidade urgente de políticas públicas que priorizem investimentos em infraestrutura de armazenagem para acompanhar o ritmo de crescimento da produção agrícola nacional.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos
Com informações Estadão e CNA