quarta-feira, 03 de setembro de 2025
Foto: Reprodução
Hoje convido vocês para fazermos juntos uma reflexão sobre ensino superior no Brasil.
A recente decisão liminar do Supremo Tribunal Federal, proferida pelo ministro Flávio Dino, nesta semana, acendeu um alerta no cenário educacional brasileiro. A medida suspende o ingresso de novos alunos em instituições de ensino superior mantidas por municípios que atuam fora dos limites territoriais de sua sede e que cobram mensalidades. Embora não afete os estudantes já matriculados, a decisão tem implicações profundas e imediatas para a oferta de educação pública no país.
A ação foi movida pela Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (Amies), que argumenta que tais instituições violam o princípio constitucional da gratuidade do ensino público e extrapolam competências municipais ao expandirem sua atuação para outros municípios e estados.
A liminar atinge diretamente universidades como a Unitau (SP), o Centro Universitário de Mineiros (GO) e a Universidade de Rio Verde (UNIRV) que atua além de Rio Verde nos municípios de Caiapônia, Aparecida de Goiânia, Goianésia, Formosa e Luziânia, mantendo cursos — especialmente na área da saúde — fora de suas cidades de origem.
Podemos observar como impactos imediatos:
O julgamento definitivo pelo plenário do STF será decisivo para o futuro dessas instituições. Enquanto isso, é urgente que o Ministério da Educação e os conselhos estaduais de educação apresentem diretrizes claras sobre a atuação das universidades municipais. Mais do que uma questão jurídica, trata-se de uma escolha política: queremos um ensino superior público, acessível e descentralizado — ou vamos restringi-lo aos limites da burocracia territorial e consequentemente deixar milhares de pessoas sem grandes recursos financeiros sem acesso à Universidade? Com a palavra os burocratas desse País.