quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Freepik
Hoje, 29 de outubro, celebramos o Dia do Livro, uma data que nos convida a refletir sobre a importância da leitura e os desafios enfrentados no Brasil. Em um país onde o acesso à educação ainda é um privilégio para poucos, a leitura se torna um tesouro inestimável, mas infelizmente, muitas vezes inacessível.
A primeira barreira que encontramos é o alto custo dos livros. Para muitas famílias, comprar um livro novo é um luxo que não podem se permitir. O preço elevado afasta potenciais leitores e limita o acesso ao conhecimento, à cultura e ao prazer que a leitura proporciona. Essa realidade não só prejudica a formação intelectual da população, mas também perpétua um ciclo de desigualdade.
Além do preço, enfrentamos o desinteresse pela leitura, alimentado pela falta de incentivo e políticas públicas que promovam o hábito de ler desde a infância. Sem uma base sólida, é difícil criar uma geração de leitores ávidos e críticos, capazes de transformar suas realidades através do conhecimento.
Os escritores, por sua vez, lutam diariamente para viver da venda de seus livros. Em um mercado editorial competitivo e muitas vezes injusto, muitos autores veem seus trabalhos subvalorizados e suas vendas prejudicadas. A sobrevivência de um escritor no Brasil depende não só de talento, mas também de uma boa dose de perseverança e resiliência.
“Ser escritora é uma profissão e, evidentemente, precisamos ganhar dinheiro com isso. Não sejamos hipócritas: ninguém vive de ar. No entanto, é uma ilusão achar que o mercado literário oferece uma garantia de retorno financeiro rápido e fácil. Acredito que a maioria das pessoas não começa a escrever por esse motivo. Para os escritores, a escrita é uma necessidade. Sinceramente, nunca vi alguém que quisesse escrever desistir porque a leitura é escassa ou porque faltam políticas de incentivo à leitura. O impulso de escrever surge de um lugar muito pessoal e é imparável.” Analisa Isadora Pacello , escritora do romance "A estrela de mil braços"
Neste Dia do Livro, é fundamental que reconheçamos esses desafios e busquemos soluções coletivas. Precisamos de políticas públicas que incentivem a leitura, de programas que tornem os livros mais acessíveis e de uma valorização real dos nossos escritores. Só assim poderemos construir um país onde a leitura seja um direito e uma prática comum, abrindo portas para um futuro mais justo e iluminado pelo saber.
Que este dia inspire a todos nós a valorizar a leitura e a apoiar nossos escritores, para que possam continuar a nos presentear com suas histórias e conhecimentos. Afinal, um país que lê é um país que pensa que cria e que evolui.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.