sábado, 23 de novembro de 2024
Estamos chegando no dia da eleição e um quadro de desigualdade entre homens e mulheres é escancarado quando falamos em número de mulheres eleitas no Brasil. Por isso resolvi hoje falar de outra desigualdade: a salarial.
A desigualdade salarial entre homens e mulheres continua a ser uma realidade preocupante em Goiás. Dados recentes revelam que as mulheres ganham, em média, 22,7% a menos do que os homens no estado. Essa disparidade é ainda mais acentuada em cargos de liderança, onde a diferença pode chegar a 26,3%.
Apesar dos avanços na legislação, como a Lei de Igualdade Salarial, que determina a equiparação de salários para funções equivalentes, a prática ainda está longe de ser uma realidade. A falta de transparência e a persistência de estereótipos de gênero contribuem para a manutenção dessa desigualdade.
Além disso, a situação é ainda mais desafiadora para mulheres negras, que enfrentam uma dupla discriminação no mercado de trabalho. Elas não só estão em menor número em posições de destaque, como também recebem salários inferiores aos das mulheres brancas.
É fundamental que empresas e governos adotem medidas concretas para reduzir essa desigualdade. A implementação de políticas de transparência salarial, programas de mentoria e capacitação para mulheres, e a promoção de uma cultura corporativa inclusiva são passos essenciais para garantir a equidade de gênero no mercado de trabalho.
A luta pela igualdade salarial não é apenas uma questão de justiça social, mas também de desenvolvimento econômico. Estudos mostram que a redução da desigualdade de gênero pode impulsionar significativamente o crescimento econômico. Portanto, é imperativo que todos os setores da sociedade se unam para enfrentar esse desafio e construir um futuro mais justo e igualitário para todos.
O 2º Relatório de Transparência Salarial, documento elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) registrou que, em Goiás, 51,2% das empresas possuem planos de cargos e salários; 35% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; 41,1% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência e 27,6% adotam incentivos para contratação de mulheres negras. Em relação ao incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 23% dos estabelecimentos contam com a política.
O relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
No país, as mulheres ganham 20,7% a menos do que os homens, de acordo com o 2º Relatório de Transparência Salarial.
No total, 50.692 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil. A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 27%.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.