quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Freepik
A metade do ano de 2024 já chegou e todos nos continuamos assustados com o grande número de casos de Dengue registrados. Mês após mês os números só crescem e as pessoas continuam morrendo mesmo depois de existir vacina contra a doença.
Nos primeiros seis meses do ano, o Brasil registrou uma média de 23,8 mortes por dia causado por dengue. Foram 4.333 óbitos confirmados até o fim de junho. Até a última quinta-feira (11), o número de óbitos confirmados é de 4.500, sendo que outros 2.529 estão sendo investigadas. O número deste ano já é o mais alto da série histórica. O registro mais alto era, até então, de 2023, com 1.179. Além disso, o Brasil tem, em 2024, a maior contabilização de casos prováveis. O Brasil saiu de 180 casos em 2017 para 4.367 em 2024, lembrando que estamos apenas na metade do ano.
De acordo com boletins da pasta, o Brasil registrou 163 mortes em janeiro, 227 em fevereiro, 601 em março, 1.082 em abril e 1.344 em maio. A quantidade de óbitos apresenta diminuição em junho, com 916. Este mês já foram 171 registros. Sobre casos prováveis da doença, o país teve 243 mil casos em janeiro, 729 mil em fevereiro e o ápice foi em março, com 1,6 milhão em março. O valor diminuiu para 1,5 milhão em abril e 1,4 milhão em maio, e teve grande queda em junho, com 595.535. São 6,3 milhões de casos prováveis até esta quinta. Goiás está em quarto lugar no ranking nacional com 323 casos. A faixa etária que mais registra casos de dengue é de 20 a 29 anos, com 1,15 milhão de casos, o que representa quase um em cada cinco casos. Na separação por gênero, as mulheres são a maioria a contrair a doença (54,8%).
O governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), alerta a população sobre a baixa procura pela segunda dose da vacina contra a dengue em território goiano. Conforme o preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), a efetiva proteção contra a doença só ocorre após a aplicação das duas doses do imunizante, que deve ser feita no intervalo de 90 dias entre uma e outra. Levantamento da pasta aponta, contudo, que mais de 118 mil pessoas no estado ainda não voltaram aos postos para a aplicação da segunda dose da vacina.
O alto número de goianos que mantém o esquema de vacinação incompleto contra a dengue é referente às nove regiões que foram primeiramente contempladas com doses, em fevereiro deste ano. “A baixa adesão preocupa porque é uma doença que, mesmo fora do período de sazonalidade, ainda está aí, mesmo que em menor número. A vacinação é mais uma forma de prevenção e precisamos utilizar dessa ferramenta que temos disponível, que é gratuita e garante maior segurança no próximo período de chuvas, quando os casos tendem a aumentar, como acontece todos os anos”, destacou a gerente de Imunização da SES-GO, Joice Dorneles.
Atualmente, a vacina da dengue está disponível para crianças e adolescentes na faixa etária de 6 a 16 anos. Os adultos de até 59 anos que se vacinaram durante a ampliação do público-alvo, que ocorreu em abril para evitar o desperdício de doses próximas do prazo de validade, também devem procurar uma das mais de 900 salas de imunização do estado para garantir a segunda dose e, assim, completar o esquema. A vacina Qdenga oferece proteção contra os quatro sorotipos da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
Goiás possui hoje 381.842 casos notificados de dengue e outros 231.436 confirmados. Ao todo, 323 pessoas morreram vítimas da doença em 2024 e outros 104 óbitos ainda aguardam investigação. Desde o início da vacinação contra a dengue no estado, já foram aplicadas 190 mil doses da vacina (todas as idades) nos 246 municípios goianos, sendo 177 mil para primeira dose e apenas 13 mil para a segunda. O importante é acreditar na eficiência da vacina e se prevenir, dengue mata.
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