terça-feira, 14 de outubro de 2025

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CÂNCER DE MAMA EM JOVENS: UM ALERTA QUE NÃO PODE ESPERAR

POR Cairo Santos | 13/10/2025
CÂNCER DE MAMA EM JOVENS: UM ALERTA QUE NÃO PODE ESPERAR

Foto: Freepik

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Outubro Rosa chega mais uma vez, mas com um tom ainda mais urgente: o câncer de mama, historicamente associado a mulheres acima dos 40 anos, tem atingido cada vez mais jovens. Dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam um crescimento de 14,8% nos diagnósticos em mulheres com menos de 35 anos entre 2009 e 2022. E a tendência continua: só entre 2022 e 2025, o Brasil deve registrar mais de 73 mil novos casos da doença.

 

Esse cenário desafia a ideia de que juventude é sinônimo de imunidade. Histórias como a da curitibana Helena Colino, diagnosticada aos 23 anos, mostram que o câncer de mama pode surgir mesmo em quem está longe da faixa etária tradicionalmente considerada de risco.

 

Em muitos desses casos, há histórico familiar ou mutações genéticas, como nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam significativamente a probabilidade de desenvolver a doença.

 

O problema é que, por não fazerem parte do grupo-alvo da mamografia — geralmente indicada a partir dos 40 anos —, muitas jovens não têm acesso ao rastreamento precoce. Isso faz com que o diagnóstico aconteça em estágios mais avançados, comprometendo as chances de cura e exigindo tratamentos mais agressivos.

 

É preciso, portanto, ampliar o debate. O diagnóstico precoce salva vidas, e isso valem para todas as idades. A atenção aos sinais do corpo, o acesso a exames complementares como ultrassonografia e ressonância magnética, e a valorização da história familiar são ferramentas fundamentais para mudar essa realidade.

 

Mais do que uma campanha anual, o Outubro Rosa deve ser um chamado à ação contínua. Que possamos transformar o aumento dos casos em um ponto de virada — com mais informação, mais acesso e mais empatia. Porque quando o assunto é câncer de mama, cada dia conta.

 

O câncer de mama pode se manifestar de forma silenciosa, o que dificulta a detecção em mulheres abaixo dos 40 anos. Sintomas como nódulos, alterações na textura da pele, retração do mamilo e secreção pelo canal mamário devem ser observados atentamente, alerta a oncologistas.

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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