quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Foto: Reprodução
Em 2005, durante uma partida entre São Paulo e Quilmes pela CONMEBOL Libertadores, num lance de lateral de campo, o jogador Grafite, que jogava pelo tricolor, foi provocado pelo jogador rival Arano. Foi aí que Leandro Desábato surgiu e começou a ofender o brasileiro com xingamentos racistas: “Negrito, macaquito” (negrinho e macaquinho, na tradução para o português) são algumas das ofensas gravadas pela câmera.
Grafite, então irritado, desferiu um tapa no rosto no zagueiro, sendo expulso junto com Arano. Desabato ficou em campo e a partida terminou em 3 a 1 pelo São Paulo. Porém, assim quando o apito final foi dado, o delegado Oswaldo Nico Gonçalves entrou em campo e deu voz de prisão para Desabato. O argentino passou 40 horas preso e só liberado após pagar fiança de R$ 10 mil. Foi primeiro caso de racismo em que alguém tinha tomado alguma providência.
Passados 20 anos, após ter dispensado Renato Gaúcho, o Grêmio foi atrás de um novo comandante e o argentino naturalizado boliviano, Gustavo Quinteros, foi anunciado como novo treinador do Imortal. Entre os membros da comissão técnica que virão com o novo técnico, está o argentino Desabato.
Depois daquele caso, em abril de 2005, Desábato seguiu no Quilmes, por empréstimo do Estudiantes de La Plata, outro time argentino. Em 2007 ele voltou ao clube de origem e permaneceu por lá nos 11 anos seguintes, encerrando a carreira com conquistas como a Libertadores de 2009. Entre os anos de 2011 e 2012, chegou a ser convocado para a seleção argentina.
Após terminar a carreira como jogador, começou a atuar como técnico logo em 2020. Começou a treinar o Almago, mas em 2024, foi membro da comissão técnica do Quinteros. Agora, Desabato irá trabalhar ao lado do técnico Quinteros, que também é o seu primo no clube brasileiro.