Uma estudante de Viçosa (MG), foi a única aluna da rede pública a alcançar nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024. Apesar de ter concluído o ensino médio na rede pública, a estudante de 19 anos, nasceu nos Estados Unidos. Em todo o país, apenas 12 candidatos conquistaram a nota máxima. E o grande questionamento que fica é: a diferença entre escolas públicas e particulares é tão grande assim?

Não é preciso ser especialista para enxergar a discrepância gritante entre classes sociais. Essa desigualdade se torna ainda mais evidente quando chegamos ao ensino superior, onde, na prática, vemos especialmente nos cursos de medicina, alunos que tiveram formação em escolas particulares ocupando as vagas nas principais universidades federais. Haja vista que tem uma parcela de estudantes que ainda aproveitam das cotas, concluindo o ensino médio na rede pública.

O objetivo deste texto não é tirar o mérito de quem conseguiu uma vaga no vestibular, independentemente da rede de ensino ou classe social. Mas precisamos expandir essa discussão e cobrar mais do poder público por melhorias na educação pública.

Sabemos que essa é apenas uma das muitas camadas de desafios que precisam ser enfrentadas. Para quem está no topo, a diferença social “faz parte do jogo”. Mas, para mim, 11 contra 1 é um placar muito desigual. Ou melhor seria dizer 12 contra 0?

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