quarta-feira, 03 de julho de 2024

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ACABOU A SAIDINHA DA CADEIA; SERÁ?

POR Cairo Santos | 21/03/2024
ACABOU A SAIDINHA DA CADEIA; SERÁ?

Foto: Getty

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Assunto que tem gerado muita discussão entre autoridades e leigos em segurança pública. A chamada “saidinha temporária” da cadeia. Prevista em Lei, a saidinha proporciona a presos, na teoria de bom comportamento, saírem da cadeia em datas especiais visando ressocialização. O fato é que nos períodos das saidinhas o crime aumenta e muitos voltam à cadeia no mesmo dia da saidinha por cometer crime. Tentando resolver de vez esta situação, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (20) o projeto de lei que acaba com as saídas temporárias de presos em feriados e datas comemorativas. A proposta já havia passado pela análise da Casa, mas voltou à votação em Plenário porque sofreu modificações no Senado e agora será encaminhada à sanção presidencial.

 

 

Os deputados mantiveram a alteração feita no Senado que permite a saída temporária de presos para frequentar curso profissionalizante, de ensino médio ou superior, exceto aos condenados por crime hediondo ou crime praticado com violência ou grave ameaça à pessoa. Essa saída temporária durará apenas o necessário para o cumprimento das atividades discentes. O projeto contou com o voto favorável da deputada federal rio-verdense Marussa Boldrin (MDB).

 

 

A legislação atual prevê a saída temporária, conhecida como “saidinha”, para condenados no regime semiaberto. Eles podem deixar a prisão cinco vezes ao ano para visitar a família em feriados, estudar fora ou participar de atividades de ressocialização.

 

 

O relator da proposta, deputado Guilherme Derrite (PL-SP), disse que a aprovação do projeto é o primeiro grande passo para o combate à impunidade no Brasil.

 

 

Ele disse que as cinco saídas temporárias de sete dias cada em datas específicas, normalmente coincidentes com feriados ou situações comemorativas, causa um sentimento de impunidade. “A saidinha dos feriados é algo que a sociedade não tolera mais. Assim, ao se permitir que presos ainda não reintegrados ao convívio social se beneficiem de 35 dias por ano para desfrute da vida em liberdade, o Poder Público coloca toda a população em risco”, argumentou.

 

 

Falando em nome da liderança do governo, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) defendeu a rejeição da proposta que, segundo ele, acaba com o mecanismo da ressocialização. “Só sair para estudar e trabalhar não é ressocializar. Por um problema de uma minoria que poderia ser controlada, estamos extinguindo o direito para uma grande maioria”, diz. As saidinhas também eram usadas para evitar descontentamento da população carcerária e evitar rebeliões. E você é contra ou a favor da saidinha da cadeia?

 

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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