quinta-feira, 12 de junho de 2025
Foto: Freepik
Hoje quero conversar um pouquinho com os amigos sobre um assunto pouco falado no Brasil: o transplante de órgãos.
Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado no cenário global em relação aos transplantes de órgãos, refletindo não apenas a evolução da medicina, mas também a solidariedade e a complexidade do sistema de saúde brasileiro. Com uma população de cerca de 213 milhões de pessoas, o país enfrenta um grande desafio: a escassez de doadores. Contudo, as iniciativas para a conscientização sobre a doação de órgãos têm mostrado resultados positivos, aumentando o número de transplantes realizados. Desde os primeiros procedimentos realizados na década de 1960, os transplantes no Brasil passaram por significativas transformações.
O pioneirismo de médicos brasileiros e a criação de instituições especializadas fomentaram avanços na técnica e na tecnologia envolvidas. Atualmente, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) coordena e regulamenta as atividades relacionadas à doação e ao transplante, garantindo que os procedimentos sejam realizados com segurança e eficiência. A importância dos transplantes de órgãos vai além da questão médica; trata-se de uma questão de humanidade. Cada transplante representa uma nova chance de vida para pessoas que enfrentam doenças graves e que, muitas vezes, dependem dessa intervenção para sobrevida. O impacto social é inegável: com um transplante bem-sucedido, não apenas a qualidade de vida do paciente melhora drasticamente, mas também famílias inteiras são beneficiadas. O retorno ao convívio social e ao trabalho é uma realidade para muitos que, antes da cirurgia, estavam à beira da morte. Entretanto, apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios. A conscientização sobre a doação de órgãos precisa ser ampliada.
É crucial que a sociedade compreenda que a doação é um ato de amor e solidariedade que pode salvar vidas. Campanhas educativas e a desmistificação do processo de doação são essenciais para garantir que mais pessoas se tornem doadoras. Além disso, o financiamento e a estruturação do sistema de saúde para suportar a demanda crescente por transplantes devem ser discutidos com urgência. Investimentos em tecnologia, capacitação de profissionais e a criação de protocolos que agilizem o processo de doação e transplante são fundamentais para que o Brasil continue a avançar nessa área. Portanto, ao celebrarmos os avanços dos transplantes de órgãos no Brasil, é vital que a sociedade se una em prol da doação.
Goiás tem conseguido ser referência no assunto. O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) realizou mais de 180 transplantes de órgãos em 2024 e teve o maior índice da sua história, segundo a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO). Os procedimentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em comparação a 2023, houve um aumento de cerca de 5%, que corresponde aos transplantes de fígado e rim. Comparado a 2022, em que foram realizados 104 procedimentos, o percentual foi de 50%. A partir de 2024, o hospital incluiu transplantes de medula óssea, pâncreas e rim-pâncreas, e supriu uma carência do estado. No total, o hospital já viabilizou quase 1.200 transplantes e é o maior transplantador do Centro-Oeste, sendo uma referência nacional em transplantes renais.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.