quinta-feira, 26 de setembro de 2024

A CRISE NA ARBITRAGEM NÃO SE RESOLVERÁ COM AFASTAMENTO DE SENEME; O PROBLEMA VEM DE BAIXO

POR Marcos Paulo dos Santos | 18/09/2024
A CRISE NA ARBITRAGEM NÃO SE RESOLVERÁ COM AFASTAMENTO DE SENEME; O PROBLEMA VEM DE BAIXO
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Não é de hoje que a arbitragem brasileira vem sendo questionada cada vez mais pela sua ineficiência, que em alguns momentos chega a beirar o amadorismo. O resultado que vimos é decisões que afetam o curso normal de uma partida, entre elas, da excessiva dependência do VAR para tomada de decisão por parte do árbitro em campo e a demora da mesma.

 

 

Para tentar resolver a situação, Ednaldo Rodrigues estabeleceu reuniões periódicas com dirigentes dos clubes e a comissão de arbitragem. A primeira aconteceu há 25 dias e resultou em afastamento de Wilson Luiz Seneme, presidente da comissão por iniciativa dele própria por conta de “esgotamento”, conforme revelou o UOL Esporte.

 

 

O esgotamento de Seneme é a ponta de um problema maior que se arrasta há anos, que é a falta de profissionalização e valorização dos árbitros. Aquela história que você ouviu sobre um árbitro fulano ter de voltar a rotina com seu trabalho “normal” depois de apitar um grande clássico, por exemplo, costuma ser verdadeira. O valor pago a um árbitro por jogo é de R$ 5 a 6,9 mil. O valor pode ser alto, mas é baixo se comparado a outros países como a Espanha, em que profissionais do tipo recebem R$ 860 mil por temporada.

 

 

Outro aspecto é a falta de profissionalização de tudo. Parece que a CBF prefere deixar tudo como está e não trazer melhorias, como melhor utilização do VAR e o impedimento semiautomático, ainda não discutido por aqui, mas já aplicado na Europa. A falta de educação não é só nas escolas públicas do Brasil e sim na academia de formação, tanto de árbitros como de técnicos.

 

 

Por fim, deixo esta declaração de Ednaldo sobre uma provável mudança na direção de arbitragem: “se fosse assim, já tinha trocado dez vezes os presidentes, porque está tendo erro sempre”.

 

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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