terça-feira, 09 de setembro de 2025
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Dia da Independência do Brasil, celebrado em 7 de setembro, deveria ser mais do que uma data cívica marcada por desfiles e discursos. Em tempos de polarização política intensa, ele se torna um convite — talvez até um apelo — à reflexão coletiva sobre o que significa ser brasileiro.
A independência conquistada em 1822 foi, antes de tudo, um gesto de afirmação: um povo que decide escrever sua própria história. Hoje, dois séculos depois, essa história continua sendo escrita, mas com páginas marcadas por conflitos ideológicos, desconfiança institucional e rupturas no diálogo social.
Não é novidade que o 7 de Setembro tem sido apropriado por diferentes grupos políticos como palco de manifestações. Embora legítimas dentro do exercício democrático, essas expressões muitas vezes reforçam divisões, em vez de promoverem o espírito de pertencimento nacional. O risco é transformar uma data que deveria unir em mais um símbolo de separação.
Mas há uma saída — e ela começa com escuta. O Brasil não é feito de um único projeto de país, mas de múltiplos sonhos, vozes e trajetórias. Reconhecer isso não é sinal de fraqueza, mas de maturidade democrática. O verdadeiro patriotismo não se mede por bandeiras hasteadas, mas pela disposição de construir pontes onde há muros.
A pergunta que fica é: neste 7 de Setembro, tivemos várias manifestações, o objetivo principal foi resgatar o sentido original da independência? Não como ruptura entre irmãos, mas como liberdade para coexistir, debater e evoluir? Que o grito do Ipiranga ecoe não como um brado de separação, mas como um chamado à reconciliação, fica a dica.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.