quarta-feira, 02 de julho de 2025
Foto: Agência Brasil
Em meio a críticas do setor produtivo por medidas que aumentam a carga tributária, o governo federal lança nesta terça-feira (1º) o Plano Safra empresarial 2025/2026, com expectativa de recorde em recursos, mas juros mais altos.
A nova edição do programa chega logo após o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar, que destinou R$ 89,2 bilhões ao setor, também com aumento nas taxas de juros.
Internamente, o governo espera superar os R$ 584 bilhões liberados na safra passada. No entanto, enfrenta uma série de entraves, como o alto patamar da taxa Selic (15% ao ano) e a recente Medida Provisória que acaba com a isenção do Imposto de Renda sobre LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).
Agora, esses títulos passam a ser tributados em 5%, o que preocupa o setor. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) alertou que a medida pode desestimular investidores e reduzir ainda mais o volume de recursos destinados ao crédito rural.
Na última safra, a participação das LCAs caiu de 43% para 29%, e a tendência é de nova retração, o que compromete o funding para o crédito rural.
Além disso, o governo lida com um orçamento apertado. Um dos pedidos do setor — a destinação de R$ 4 bilhões ao PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural) — esbarra na falta de espaço fiscal. Atualmente, o programa tem cerca de R$ 1 bilhão, sendo que R$ 445 milhões já foram bloqueados ou contingenciados em junho.
Outra demanda em pauta é a criação de uma linha de financiamento rural em dólar. A proposta tem sido bem recebida dentro do governo e busca oferecer uma alternativa para produtores com receitas em moeda estrangeira, como os de soja, milho, café e algodão, especialmente diante dos juros altos e das incertezas econômicas.
O setor defende que essa nova linha seja direcionada a produtores com contratos atrelados ao dólar e protegidos por mecanismos como contratos futuros, além da necessidade de regulação sobre os spreads bancários.
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