domingo, 30 de março de 2025

Agro

Com alta de surto de gripe aviária, EUA ampliam importação de ovos do Brasil

POR Marcos Paulo dos Santos | 26/03/2025
Com alta de surto de gripe aviária, EUA ampliam importação de ovos do Brasil

Foto: Freepik

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Diante da disparada no preço dos ovos nos Estados Unidos, o governo de Donald Trump tem buscado alternativas para equilibrar o mercado. Uma das medidas foi quase dobrar as importações de ovos do Brasil, que antes eram usados apenas na produção de ração animal. Agora, eles estão sendo direcionados ao processamento de alimentos como bolos, sorvetes e molhos, o que ajuda a liberar ovos frescos para venda direta ao consumidor.

 

Além disso, o governo norte-americano analisa flexibilizar normas para permitir o uso de ovos postos por frangos criados para corte — que normalmente são descartados — em produtos alimentícios. A proposta enfrenta resistência de especialistas em segurança alimentar, que alertam para o risco de contaminação por bactérias como a salmonela, caso os ovos não sejam devidamente refrigerados.

 

Desde o início de 2022, a gripe aviária já dizimou cerca de 170 milhões de aves no país, afetando diretamente a produção e elevando os preços dos ovos em mais de 50% só em fevereiro. A crise levou supermercados a registrarem prateleiras vazias e restaurantes a reajustarem seus cardápios.

 

Em resposta, o governo lançou um plano de US$ 1 bilhão para conter os efeitos da doença, investindo em prevenção e pesquisa de vacinas. Além do Brasil, outros países como Turquia, Coreia do Sul e nações da Europa foram acionados para ampliar as exportações de ovos aos EUA.

 

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que as exportações de ovos do Brasil para os EUA aumentaram 93% em fevereiro, em relação ao ano anterior.

 

Ainda em análise pela FDA, a petição do Conselho Nacional do Frango busca liberar os ovos de frangos de corte para uso humano, apesar de uma negativa anterior em 2023. A justificativa é o alinhamento com o plano de Trump de reduzir regulamentações consideradas excessivas.

 

Hoje, frangos de corte colocam anualmente cerca de 360 milhões de ovos que não servem para a reprodução e, na maior parte, são descartados. Parte deles já foi usada na fabricação de vacinas ou alimentos processados, mas desde 2009 uma norma exige que os ovos sejam refrigerados em até 36 horas após a postura — o que as granjas de frango de corte não conseguem cumprir por falta de estrutura.

 

Estados como Nevada e Arizona chegaram a suspender exigências sobre o bem-estar animal, que obrigavam a venda de ovos apenas de galinhas livres de gaiolas, numa tentativa de aliviar a escassez e conter os preços.

 

Com informações da CNN Brasil.

 

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