quarta-feira, 14 de maio de 2025
Foto: Agrodefesa
Com foco na proteção das lavouras goianas, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) está realizando um rigoroso monitoramento da mosca-branca (Bemisia tabaci) e das viroses que afetam o feijão em 12 municípios de Goiás. A ação é uma resposta à suspensão temporária do vazio sanitário em parte do estado e tem como objetivo avaliar os impactos dessa medida e garantir a sanidade da cultura.
As cidades monitoradas — como Campo Alegre, Água Fria, Catalão, Alto Paraíso, Ipameri, Cabeceiras, Jataí, Cristalina, Mineiros, Formosa, Rio Verde e São João d’Aliança — têm histórico de cultivo em duas ou mais safras. Dentre elas, apenas Jataí, Mineiros e Rio Verde mantêm a obrigatoriedade do vazio sanitário.
A iniciativa conta com apoio da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Embrapa Arroz e Feijão e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O levantamento técnico irá embasar futuras decisões sobre a continuidade ou não da suspensão do vazio sanitário.
De acordo com Leonardo Macedo, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, a mosca-branca representa uma das maiores ameaças ao feijão, podendo causar perdas severas à lavoura. “Esse inseto suga a seiva, libera toxinas e transmite viroses como o mosaico dourado, comprometendo o desenvolvimento da planta e a qualidade dos grãos”, alerta.
O monitoramento segue protocolo da Embrapa e é realizado em dois momentos: aos 20 e aos 45 dias após o plantio. Amostras de folhas suspeitas são encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) para análise e detecção de vírus como o mosaico dourado e o carlavírus.
Desde a década de 1970, a mosca-branca é considerada uma das pragas mais prejudiciais ao feijão no Brasil. Além dos danos diretos, sua secreção adocicada favorece o surgimento de fungos, atrapalhando a fotossíntese e a respiração das plantas.
Instituído há 10 anos, o vazio sanitário para o feijão visa interromper o ciclo da praga. Em 2024, ele foi mantido em 57 municípios entre 20 de setembro e 20 de outubro. Nos demais, a suspensão foi autorizada pelo Mapa por dois anos, com a exigência de monitoramento pela Agrodefesa.
Para o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o monitoramento reforça o compromisso da instituição com a defesa vegetal e com o fortalecimento da economia rural goiana.
A cultura do feijão tem grande importância para o estado. Segundo o IBGE, Goiás deve colher 243,8 mil toneladas na terceira safra de 2025, alta de 7,7% em relação ao ciclo anterior, consolidando-se como um dos maiores produtores do país.
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