quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Brasil

Vídeos curtos podem prejudicar atenção e saúde mental, alertam especialistas

POR Wanderson Fly | 17/12/2025
Vídeos curtos podem prejudicar atenção e saúde mental, alertam especialistas

Reprodução

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O consumo frequente de vídeos curtos, populares em plataformas como TikTok, Instagram Reels e YouTube Shorts, tem gerado alerta entre especialistas devido aos possíveis impactos na atenção, saúde mental e capacidade de aprendizado, principalmente entre crianças e adolescentes.

 

Estudos indicam que o formato, baseado em estímulos rápidos e sucessivos, pode reduzir o tempo de concentração e dificultar a realização de atividades que exigem foco prolongado, como leitura, estudos e tarefas profissionais. O mecanismo de rolagem infinita e a busca constante pelo “próximo vídeo” estimulam a liberação frequente de dopamina, neurotransmissor associado à sensação de prazer, favorecendo comportamentos impulsivos.

  

Especialistas em neurociência apontam que esse padrão de consumo pode contribuir para dependência digital, ansiedade e irritabilidade, sobretudo quando o acesso às plataformas é interrompido. O uso excessivo também tem sido associado a distúrbios do sono, já que muitos usuários consomem esse tipo de conteúdo antes de dormir, prejudicando o descanso e a recuperação mental.

 

Na área da educação, professores relatam dificuldades crescentes de engajamento em sala de aula, com alunos demonstrando menor tolerância a explicações mais longas e maior necessidade de estímulos imediatos. Psicólogos também alertam para o aumento de comparações sociais, queda da autoestima e exposição constante a conteúdos irreais ou desinformativos.

 

 

O debate ganhou força com a popularização do termo “brain rot”, usado para descrever uma suposta deterioração cognitiva ligada ao uso intenso das redes sociais. A expressão foi eleita palavra do ano de 2024 pela Oxford University Press, refletindo a preocupação crescente sobre os impactos do hábito digital.

 

Apesar dos alertas, especialistas ressaltam que ainda são necessários estudos de longo prazo para estabelecer uma relação direta de causa e efeito. Eles destacam que, em uso equilibrado, os vídeos curtos também podem informar, entreter e até estimular aprendizados rápidos. O consenso, no entanto, é que o excesso pode trazer prejuízos ao bem-estar emocional e cognitivo.

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