quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Após testes realizados em laboratório, cientistas do Instituto de Química (IQ) da Unesp, em Araraquara, identificaram no veneno da cobra brasileira Jararacuçu, um pedaço de proteína capaz de controlar a reprodução do coronavírus (SARS – CoV-2), inibindo em 75% da capacidade do vírus de se multiplicar em células de macaco.
Os resultados foram publicados na revista científica internacional Molecules. Os cientistas acreditam estar no caminho certo para criar um medicamento seguro para o tratamento dos pacientes contaminados pela Covid-19.
Entenda o estudo
De acordo com a publicação feita a molécula isolada na cobra é um peptídeo, um pedaço de proteína, com ação antibacteriana e antiviral.
"Esse peptídeo tem a capacidade de se ligar a uma enzima do vírus (a PLPro) que é responsável por processar algumas moléculas que fazem a reprodução viral. Então, se inibimos a ação dessa enzima, diminuímos a multiplicação das partículas virais" explica Eduardo Maffud Cilli, professor do Instituto de Química e um dos autores do estudo à reportagem da Extra.
A enzima que é inibida pelo peptídeo do veneno da cobra está presente em todas as variantes do coronavírus descobertas até agora. Ela não faz parte da formação da estrutura do vírus - que frequentemente sofre mutações para se adaptar melhor ao hospedeiro. Sua função é ajudar a multiplicar os vírus já instalados.
"O gene que é responsável pela produção desta enzima aparece em todas as variantes. Isto mostra que este peptídeo tem grande potencial de funcionar contra qualquer uma delas", afirma Salmo Raskin, médico geneticista e diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba, que não participou do estudo.
Esta matéria foi escrita voluntariamente pela acadêmica Thais Cabral
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