A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) discute nesta quarta-feira (16), em reunião marcada para a tarde, a possibilidade de endurecer as regras para a venda do Ozempic, Wegovy e outros medicamentos similares usados para emagrecimento.

A proposta em análise prevê a obrigatoriedade da retenção da receita médica nas farmácias, medida que já vale para antibióticos. A ideia é aumentar o controle sobre a comercialização desses remédios, que têm sido cada vez mais procurados fora das indicações originais.

Inicialmente, a decisão sobre o tema seria tomada em 17 de março, mas foi adiada pelo diretor-substituto da Anvisa, Rômison Mota, após novas reuniões com fabricantes do setor. Os medicamentos Ozempic e Wegovy são produzidos pela farmacêutica Novo Nordisk.

A discussão acontece em meio a uma polêmica: a SBEMO (Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade) entrou com uma ação civil pública contra a Novo Nordisk, acusando a empresa de omissão e de tentar influenciar órgãos públicos, incluindo a própria Anvisa.

Segundo a entidade, o objetivo do lobby seria justamente adiar a aprovação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) que exigiria a retenção da receita.

Em resposta à acusação, a Novo Nordisk afirmou, por meio de nota, que atua em conformidade com as normas vigentes nos países em que opera, incluindo o Brasil, onde segue os padrões da Anvisa.

Desde dezembro de 2024, a Anvisa já estuda formas de tornar a venda desses medicamentos mais segura. Atualmente, os produtos têm tarja vermelha, o que exige prescrição médica, mas especialistas alertam que a ausência de medidas mais rígidas, como a retenção da receita, tem facilitado a compra indiscriminada.

*Com informações Poder 360