A Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia, afirmou, nesta terça-feira (18), que aumentou de 4,27% para 5,05% a estimativa de inflação de 2021 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - índice usado pelo governo para a correção anual do salário mínimo. Se não houver mudança no cálculo, o reajuste do mínimo de 2022 também será maior.

O salário mínimo atualmente é R$ 1.100. No mês de abril, o governo divulgou a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022 em que prevê alta de 4,27% para o INPC, entretanto, se a nova previsão do governo, de alta de 5,05% no INPC se confirmar, o salário mínimo subiria para R$ 1.155,55 em 2022.

Segundo informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 50 milhões de pessoas no Brasil, sendo 24 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em 2021 a correção aplicada pelo governo foi de 5,26%, mas a inflação medida pelo INPC somou 5,45% no ano passado. Para que não houvesse perda de poder de compra, o valor do salário mínimo deveria ter sido reajustado para R$ 1.101,95 neste ano, uma vez que a Constituição determina que o salário mínimo deve ser corrigido, ao menos, pela variação do INPC do ano anterior.

Ao conceder um reajuste maior para o salário mínimo, o governo federal também gasta mais, porque os benefícios previdenciários não podem ser menores que o valor do mínimo. De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria-se uma despesa em 2020 de aproximadamente R$ 355 milhões, assim, um reajuste R$ 8,55 maior para o salário mínimo em 2022 representaria uma queda de cerca de R$ 3 bilhões nas despesas criadas para o governo federal.

No projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) enviado pelo governo este ano, está prevista a correção do salário mínimo apenas pela inflação em 2022, com base na estimativa do INPC deste ano. Se isso for cumprido o poder de compra de quem recebe salário mínimo permanecerá inalterado. Esse formato já foi adotado em 2020 e 2021.

(Com informações do G1)