quinta-feira, 25 de abril de 2024

Brasil

Vacinar será obrigatório ou não?

POR | 19/10/2020
Vacinar será obrigatório ou não?

Ilustração

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A vacina apesar de ser desenvolvida por pesquisadores e cientistas, é um dos grandes temas de disputas políticas hoje em todo o mundo, e claro o Brasil não ficaria de fora.

 

 

O governador de São Paulo, João Doria, já vem há algum tempo usando o assunto a seu favor. E em sua última fala e apresentação sobre as pesquisas que são desenvolvidas em seu estado. Doria afirmou que a vacina deve ficar pronto logo e que todos seriam obrigados a se vacinar, exceto para pessoas que apresentem alguma restrição avalizada por um médico.

 

 

Hoje foi dia da resposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que disse a apoiadores que a vacina contra Covid-19 não será obrigatória.

 

"O meu ministro da Saúde já disse claramente que não será obrigatória esta vacina e ponto final", disse Bolsonaro a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada, como mostra vídeo divulgado por bolsonaristas.

 

 

Ao contrário do que fez durante toda a pandemia em relação à hidroxicloroquina, para a vacina, Bolsonaro tem defendido a necessidade de comprovação científica para a aplicação das doses.

 

"Da nossa parte, a vacinação, quando estiver em condições de, depois de aprovada pelo Ministério da Saúde e com comprovação científica e, assim mesmo, ela tem que ser validada pela Anvisa, daí nós ofereceremos ao Brasil, de forma gratuita, obviamente. Mas repito: não será obrigatória", disse Bolsonaro. "Tem que ter comprovação científica. O país que está oferecendo esta vacina tem que primeiro vacinar em massa os seus, depois oferecer para outros países", afirmou o presidente.

 

 

Entretanto vale ressaltar que uma lei de fevereiro deste ano, assinada por Bolsonaro, prevê a possibilidade de realização compulsória da imunização. Isso porque diante do estado de calamidade pública em saúde, declarado em documentos assinados pela federação, estado e municípios, a necessidade pela maioria exige tal medida. Após as declarações do governador, mas sem citá-lo, Bolsonaro publicou em suas redes sociais a legislação que trata sobre "realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas para o enfrentamento da pandemia". "[...] o Governo do Brasil não vê a necessidade de adotar tais medidas NEM RECOMENDARÁ SUA ADOÇÃO [da vacina] por gestores locais", diz a publicação do presidente, adversário político de Doria. O destaque gráfico é da publicação de Bolsonaro. "O Ministério da Saúde irá oferecer a vacinação, de forma segura, sem açodamento, no momento oportuno, após comprovação científica e validada pela Anvisa, contudo, sem impor ou tornar a vacinação obrigatória", seguiu Bolsonaro na publicação da semana passada.

 

 

A resposta sobre as declarações feitas pelo presidente na manhã de hoje já vieram no início da tarde de hoje. Em que após anunciar que uma possível vacinação da população de São Paulo contra o coronavírus poderia começar este ano, a gestão João Doria (PSDB) recuou hoje e adotou um tom mais cauteloso, dizendo que ainda não é possível precisar quando as doses estarão disponíveis.

 

"As perspectivas são otimistas, mas não podemos dar data precisa de quando isso vai acontecer. Esperamos que até o final desse ano", declarou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes na tarde de hoje.

 

 

Coronavac

 

A Coronavac, imunizante contra a Covid-19 criado pela chinesa Sinovac e que será produzida em conjunto no Brasil pelo Instituto Butantan, mostrou-se segura em seu teste da chamada fase 3 (a última antes da aprovação) em 50 mil voluntários na China.​​ A Sinovac testa seu imunizante em dez países, e a vacina já foi aprovada para vacinação emergencial no seu país de origem. No Brasil, 5.600 dos 9.000 voluntários em 12 centros de pesquisa de cinco estados e do Distrito Federal já receberam ao menos uma dose da vacina. Se a Coronavac se provar eficaz, São Paulo vai protocolar na Anvisa um pedido para liberação emergencial da campanha de vacinação.

Jornal Somos

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