sábado, 20 de abril de 2024

Universidades federais estão com o dobro de alunos de 2004 enquanto possuem a mesma verba da época

POR Ana Carolina Morais | 07/05/2021
Universidades federais estão com o dobro de alunos de 2004 enquanto possuem a mesma verba da época

Divulgação / Universidade Federal de Goiás

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As verbas disponíveis para investimentos e manutenções das universidades federais em 2021, além de chegarem ao seu limite, foram reduzidas ao patamar do ano de 2004, em um momento em que o Brasil possui mais que o dobro de alunos do que há 17 anos atrás.

 

 

Segundo exposto pelo Painel do Orçamento Federal, estão livres R$ 2,5 bilhões neste ano para as 69 universidades e R$ 1,3 milhão aos estudantes, quantia, esta, que é similar ao orçamento de 17 anos atrás (com quantias atualizadas pelo IPCA), onde os valores eram R$ 574 mil para 51 instituições e, ainda, os alunos.

 

 

A baixa no orçamento faz com que estudantes mais pobres percam os auxílios que garantem suas permanências nas universidades, também interrompendo pesquisas e, agora, devido ao momento crítico, insere a possibilidade do não pagamento das contas básicas de água, luz e limpeza.

 

 

“Com o que temos disponível para gastos discricionários hoje, a UFRJ para de funcionar em julho. As aulas só continuam porque estão remotas. Mas todos os serviços da universidade, como os hospitais e as pesquisas, incluindo o desenvolvimento de uma vacina de Covid-19, serão interrompidos”, explica Denise Pires Carvalho, reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, umas das instituições brasileiras mais importantes que está com risco de precisar interromper seu funcionamento.

 

 

No orçamento das federais, além dos R$ 2,5 bilhões livres, ainda há R$ 1,8 bilhão que pode ser ou não desbloqueado ao longo do ano. Mas, apesar disso, mesmo que ocorra o uso desta verba, os gastos discricionários chegarão ao patamar do ano de 2006, quando o país possuía somente 54 universidades.

 

 

Outra universidade brasileira de grande impacto, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), também afirmou que não conseguirá arcar com o seu funcionamento básico a partir do mês de julho se não for realizada a liberação de mais recursos.

 

 

“Para se ter ideia, a principal ação orçamentária, onde se encontram alocados os recursos para funcionamento da universidade, incluindo as despesas básicas como energia elétrica, água, limpeza, manutenção, vigilância, insumos para laboratórios de graduação, entre outros, que em 2020 foi de R$ 66 milhões, hoje, na prática, é de R$ 21,1 milhões, suficientes para manutenção das atividades até o mês de julho. Isso porque estamos no modelo de ensino à distância na maior parte de nossos cursos. Se houver a obrigatoriedade do retorno presencial, não será suficiente sequer para as adaptações mínimas necessárias”, informou, por meio de nota, a reitoria da Unifesp.

 

 

(Com informações do Mais Goiás)

 

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