quinta-feira, 10 de abril de 2025
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão
Na segunda-feira (24), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, proferiu a aula magna aos calouros da Faculdade de Direito da USP, no salão nobre do prédio histórico no Largo do São Francisco. Em 45 minutos, o ministro abordou a crise democrática e a convergência entre grandes empresas de tecnologia e grupos de extrema-direita, fenômeno que ele definiu como “populismo digital”.
Moraes afirmou que as redes sociais estão sendo utilizadas por grupos econômicos e ideológicos para promover uma doutrinação em massa que, em última instância, mina a democracia. Segundo sua análise, a concentração de renda e a ampliação de direitos para grupos historicamente marginalizados contribuíram para o ressurgimento do “discurso do tio do churrasco”, direcionado, sobretudo, a homens brancos acima dos 45 anos, que reagem contra mudanças sociais e econômicas.
O ministro também criticou as big techs, argumentando que essas empresas, movidas pelo lucro, se alinham a grupos extremistas e ignoram soberanias e legislações nacionais para maximizar ganhos. Moraes ressaltou que as redes sociais privilegiam o engajamento pela indignação, o que facilita a circulação de notícias falsas e discursos de ódio em detrimento de debates construtivos.
Como exemplo, ele citou o PL das Fake News, retirado da pauta do Congresso após a pressão de empresas como Google e Telegram. Recentemente, Moraes desativou seu perfil na plataforma X (antigo Twitter) e defendeu a necessidade de estabelecer limites legais para as redes sociais. Ademais, o ministro informou que determinou a suspensão temporária do X e do Telegram, além do bloqueio da plataforma de vídeos Rumble, em razão do descumprimento das exigências legais brasileiras.
“As big techs não são enviadas de Deus, não são neutras, são grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, as soberanias nacionais, as legislações, para conseguir lucro”, disse o ministro.
Por fim, Moraes abordou as tentativas de descredibilizar os sistemas de votação e de interferir no Poder Judiciário, enfatizando a importância da estabilidade institucional e da proteção à Constituição de 1988, que, conforme destacou, resistiu a dois impeachments e a uma tentativa de golpe.
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