No dia 05 de novembro de 2021, o mundo perdeu um dos nomes mais importantes da música sertaneja brasileira. Marília Mendonça faleceu vítima de um acidente aéreo fatal em Piedade de Caratinga, em Minas Gerais. Marília deixou filho, família, amigos e uma legião de fãs.

Em homenagem a Marília Mendonça, o Jornal Somos traz um pouco sobre sua história e sobre como sua voz chegou em todos os cantos do Brasil.

Nascida no dia 22 de julho de 1995, em Cristianópolis, no interior de Goiás, cerca de 314 km de Rio Verde, Marília Mendonça arrastou multidões por todo o Brasil, e com vários hits de sucesso ficou conhecida como “Rainha da Sofrência”.

Marília já se apresentava na igreja frequentada por sua família aos 12 anos de idade. Além disso, a família era dona de um bar chamado “Cantinho da Viola”, em que ela se apresentava para amigos e clientes. Apesar de já cantar a muito tempo informalmente, a artista se lançou no mercado fonográfico como compositora inicialmente.

Várias músicas compostas por Marília já faziam sucesso pelo Brasil, porém com outras vozes. Mesmo com pouca idade, ela colecionava grandes sucessos como: “É Com Ela Que Eu Estou” - na voz de Cristiano Araújo, “Até você voltar” e “Cuida Bem Dela” - sucesso de Henrique & Juliano.

Em 2015, aos 20 anos, Marília Mendonça se destacou no mercado como cantora, quando participou das músicas “A Flor e o Beija-Flor” e “Impasse” de Henrique e Juliano.

Aos 20 anos, a cantora lançou seu primeiro álbum intitulado “Marília Mendonça: Ao Vivo”, que impressionou o Brasil, e teve vários sucessos com destaque nacional, como “Sentimento Louco” e “Infiel”, a última foi uma das músicas mais cantadas e tocadas em 2016.

Seu segundo álbum Realidade foi lançado em 2017. O álbum, que possui sucessos como “Eu Sei de Cor” e “Amante Não tem Lar”, recebeu uma indicação ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja.

Já em 2018, a cantora lançou um álbum chamado “Agora É Que São Elas 2”, em colaboração com a dupla Maiara em Maraísa. O álbum conta com as canções "Ausência" e "Estranho", além de "A Culpa é Dele" com a participação de Maiara & Maraísa.

Em 2019 foi lançado o álbum ao vivo da cantora, intitulado como “Todos os Cantos”, que tem músicas como “Ciumeira”, “Bem Pior Que Eu” e “Bebi Liguei”. O projeto idealizado por Marília tinha a intenção de gravar uma música em cada estado do Brasil, a cantora chegou a realizar shows surpresa através do projeto. Em Março do mesmo ano, o Spotify divulgou que a cantora estava no Top 10 das mulheres mais ouvidas do Brasil. Em maio de 2019, foi lançado o segundo volume do álbum Todos os Cantos. O terceiro volume do DVD foi lançado em agosto.

Já em 2020, foi lançado o single “Graveto”. Em fevereiro de 2020, foi a vez do single “Tentativas”, e em maio ela lançou o single “Vira Homem”.

Em setembro de 2020 Marília lançou o álbum “Patroas”, em parceria com a dupla Maiara e Maraísa. O álbum conta com composições inéditas das cantoras e regravações de grandes sucessos do sertanejo. Em 2021, esse álbum foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Sertaneja. Ainda em 2021, a cantora Luísa Sonza lançou o remix de “Melhor Sozinha” com a participação de Marília.

Em outubro de 2021, a Marília Mendonça e a dupla Maiara e Maraísa lançaram o álbum “Patroas 35%”. O álbum conta com as canções “Todo Mundo Menos Você”, “Esqueça-me Se For Capaz” e “Motel Afrodite”.

Lançamentos póstumos

Após o falecimento da artista, as canções que ela havia gravado com outros artistas foram lançadas, como “Amigos com Derechos” com a cantora mexicana Dulce María, “50 Por Cento” com Naiara Azevedo, “Amava Nada” com o cantor Lucas Lucco”, “Calculista” com a dupla sertaneja Dom Vittor & Gustavo e “Mal Feito” com a dupla Hugo e Guilherme.

Em 21 de julho de 2022, foi lançado o álbum póstumo, Decretos Reais Vol.1.

Marília ainda é a artista mais ouvida do Brasil na parada do YouTube, mesmo com sua um ano de sua morte. Ela também liderou a maior parte dos rankings semanais do Spotify em 2022.

Marília Mendonça foi reconhecida por revolucionar o universo da música sertaneja, trazendo emponderamento para várias mulheres e falando sobre assuntos importantes para sociedade, como é o caso da música “Troca de Calçada”, onde ela aborda a prostituição feminina em versos escritos sob a ótica de uma mulher fictícia que, por circunstâncias sociais, foi levada a se prostituir e que sofre julgamento moral do círculo em que vive, por ter feito tal opção de vida.