terça-feira, 01 de julho de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um cenário de perda de prestígio tanto no Brasil quanto no exterior, segundo uma análise publicada pelo jornal britânico The Economist neste domingo (29). A revista, que em 2022 exaltava Lula como esperança contra um possível segundo mandato de Jair Bolsonaro (PL), agora aponta sinais de desgaste do petista no cenário político e diplomático.
A publicação destaca que, mesmo diante da possibilidade de prisão de Bolsonaro por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe, o ex-presidente ainda detém força política. "Ele ainda não escolheu um sucessor para liderar a direita. Mas se o fizer e a direita se unir antes das eleições de 2026, a presidência será deles", diz a reportagem.
No Congresso, o enfraquecimento de Lula se refletiu na derrubada do decreto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) — uma decisão inédita em três décadas e vista como sinal da fragilidade do governo diante do Legislativo.
No plano internacional, o The Economist aponta que o Brasil está cada vez mais isolado do Ocidente. O texto destaca o afastamento entre Lula e o presidente da Argentina, Javier Milei, além de um distanciamento dos Estados Unidos, agravado por declarações do governo brasileiro que destoam da posição das democracias ocidentais em conflitos como os do Oriente Médio e da Ucrânia.
Em contrapartida, Lula tem se aproximado dos líderes da China e da Rússia, o que, segundo o jornal, deixou de ser uma oportunidade estratégica para se tornar um fator de exposição negativa. “Agora, o Brics faz o Brasil parecer cada vez mais hostil ao Ocidente”, afirma a publicação.
Especialistas ouvidos pela reportagem, como o professor Matias Spektor, da FGV, alertam que o alinhamento crescente do bloco aos interesses da China e da Rússia dificulta a neutralidade brasileira. Um diplomata brasileiro ouvido pelo jornal resumiu: “Estamos em um momento de contenção de danos, mais do que de criação de novos instrumentos”.
A crítica final do The Economist é direta: Lula estaria relutante ou incapaz de liderar uma frente latino-americana unificada em questões como deportações de migrantes ou disputas comerciais. E sugere que o presidente deveria parar de “fingir que importa” em temas geopolíticos distantes e focar em questões mais próximas da realidade brasileira.
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