quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

The Economist avalia que Lula não deveria tentar reeleição e classifica governo como "medíocre"

POR Marcos Paulo dos Santos | 31/12/2025
The Economist avalia que Lula não deveria tentar reeleição e classifica governo como
A

A revista britânica The Economist publicou, na terça-feira (30), um editorial afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria disputar a reeleição em 2026. Segundo o periódico, a idade do petista — que completou 80 anos em outubro — torna arriscada a permanência por mais quatro anos no cargo, e os brasileiros “merecem opções melhores”.

 

No texto, a publicação reconhece a habilidade política de Lula, mas argumenta que o carisma não é suficiente para afastar riscos associados ao envelhecimento. A revista traça um paralelo com o ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, que desistiu de buscar a reeleição em 2024 após questionamentos sobre sua condição física e cognitiva.

 

O Economist observa que Lula aparenta estar em melhor condição de saúde do que Biden estava no mesmo estágio do ciclo eleitoral, mas lembra que o presidente brasileiro já enfrentou problemas médicos. Apesar de destacar resultados positivos da economia, a revista classifica as políticas econômicas do governo como “medíocres”, apontando foco em transferências de renda e aumento de arrecadação, com impacto negativo no ambiente de negócios, ainda que reconheça avanços na simplificação tributária.

 

Na avaliação do periódico, Lula poderia “polir seu legado” ao não concorrer novamente, abrindo espaço para uma disputa mais ampla dentro da centro-esquerda por um novo nome ao Planalto.

 

Ao analisar possíveis adversários, a revista classifica o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como “impopular” e “ineficaz”. A pré-candidatura foi anunciada por meio de uma carta escrita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é descrito como o nome mais relevante da direita, sendo caracterizado como “ponderado” e “democrata”.

 

Segundo o Economist, existe a possibilidade de Jair Bolsonaro retirar apoio ao filho e endossar Tarcísio. O texto destaca ainda que o governador paulista teria vantagem etária, com 50 anos, em contraste com Lula.

 

O editorial também afirma que, em 2025, as instituições democráticas brasileiras se mostraram robustas, destacando o cumprimento do devido processo legal na condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por envolvimento na trama golpista após as eleições de 2022.

 

Por fim, a revista defende que a direita busque um nome capaz de superar a polarização, com perfil de centro-direita, compromisso com o Estado de Direito, combate ao crime, respeito às liberdades civis e preservação ambiental. Segundo o Economist, o Brasil “tem tudo a ganhar” em 2026, mas o resultado da disputa é considerado incerto. 

Jornal Somos

Jornal Somos

Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.

COMPARTILHE: