domingo, 09 de novembro de 2025
Foto: Divulgação/C. Jaimes
Pesquisas recentes estão mudando a forma como o mundo enxerga a Bacia Amazônica. Longe de ser apenas um território de natureza intocada, a região abriga vestígios de civilizações complexas que habitaram suas florestas e savanas há mais de mil anos.
Entre as áreas mais surpreendentes está a planície beniana, nas terras baixas da Bolívia — conhecida como Llanos de Moxos. Até pouco tempo, acreditava-se que o local, marcado por inundações constantes e solos pobres, abrigava apenas pequenos grupos de caçadores e coletores.
No entanto, novos estudos arqueológicos e o uso de tecnologia de ponta revelaram uma realidade muito diferente. Utilizando o sistema LiDAR (Light Detection and Ranging), que emprega pulsos de laser para mapear o terreno em três dimensões, pesquisadores bolivianos e alemães identificaram grandes assentamentos e complexas estruturas artificiais sob a vegetação densa da floresta.
As imagens mostram plataformas em formato de pirâmide, centros cerimoniais, canais de irrigação e obras de engenharia avançada, evidenciando uma sociedade altamente organizada. Essas descobertas confirmam as hipóteses lançadas há quase um século por pesquisadores como Erland Nordenskiöld e William Denevan, que já haviam encontrado indícios de antigas ocupações humanas na região.
Os resultados reforçam a ideia de que a Amazônia foi moldada também pela ação humana e não apenas pela natureza — um ecossistema onde civilizações pré-colombianas criaram paisagens agrícolas sustentáveis muito antes da chegada dos europeus.
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