sábado, 12 de julho de 2025
Foto: Porto de Santos
Com certeza a maioria do povo brasileiro amanheceu nesta quinta-feira, 10, sem entender direito a decisão do presidente dos EUA Donald Trump em taxar em 50% os produtos brasileiros exportados pra lá. Não sou economista e nem especialista em política, mas gostaria de deixar aqui a minha opinião.
A decisão do presidente Trump não é apenas um movimento econômico — é uma declaração política. A justificativa apresentada na carta enviada ao presidente Lula mistura alegações comerciais com críticas ao sistema judiciário brasileiro e à condução do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O gesto, portanto, ultrapassa os limites da diplomacia e acende um alerta sobre tentativas de ingerência externa na soberania nacional.
O Brasil exportou mais de US$ 40 bilhões para os EUA em 2024 com destaque para petróleo, ferro, aço e aeronaves. A nova tarifa, que entra em vigor em 1º de agosto, ameaça diretamente a competitividade desses setores e pode desencadear uma onda de desemprego e retração industrial. Mas o que mais preocupa é o pano de fundo dessa medida: uma tentativa de pressionar o Brasil por suas decisões internas, especialmente no campo judicial e nas políticas de regulação digital.
O ministro Márcio Macêdo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República classificou a ação como uma “tentativa de invadir a soberania do Brasil” E com razão. A carta de Trump não apenas questiona decisões do Supremo Tribunal Federal, como também sugere que o Brasil deveria rever sua postura política e comercial para evitar sanções. É o uso da balança comercial como instrumento de coerção.
A resposta brasileira precisa ser firme, mas estratégica. A Lei de Reciprocidade Econômica pode ser acionada, mas o Brasil também deve buscar apoio internacional e reforçar sua posição nos fóruns multilaterais. Afinal, soberania não se negocia — se defende.
O episódio revela que, em tempos de polarização global, até tarifas podem carregar ideologias. Cabe ao Brasil reafirmar sua autonomia, proteger seus interesses e mostrar que não se curva diante de pressões externas disfarçadas de política comercial.
Imagine você se o presidente dos EUA, ao que tudo indica não quer administrar apenas o seu País e parece desejar ser o administrador do mundo, e caso o Brasil atenda aos seus devaneios, resolva exigir a soltura do Marcola e do Escadinha, claro que não faço aqui uma comparação com o ex-presidente Bolsonaro já que este não esta preso, teria também o apoio daqueles que estão em rede social aplaudindo a decisão do Trump? Agora o que mais me assusta é que a maioria desses que apoia a decisão em rede social poderão ser os primeiros prejudicados com a perda dos seus empregos. Outro detalhe vexatório é acompanhar uma portagem de um senador da república brasileira, licenciado e morando hoje nos EUA, postando diariamente a sua rotina milionária, pedir a apoiadores brasileiros que agradeçam e parabenizem a decisão doentia do mandatário americano.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.