domingo, 09 de março de 2025
Entenda como curtir o feriado com responsabilidade ambiental
Foto: Paulo Filgueiras
Quase 5 mil toneladas de lixo. Esse foi o saldo ambiental das festas de Carnaval de 2024 em Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, de acordo com dados das prefeituras locais. Só em Belo Horizonte, que atraiu 5,5 milhões de foliões, foram recolhidas cerca de 700 toneladas de resíduos, evidenciando o impacto desse grande evento na limpeza urbana.
Por trás da energia contagiante do Carnaval, há um desafio crescente: equilibrar a diversão com o cuidado ao meio ambiente. E a solução para essa equação exige esforço conjunto — de foliões, governos e empresas.
Impacto ambiental
O Carnaval é mais do que festa, é um marco cultural que movimenta a economia e as emoções do país. Mas sua grandiosidade traz um preço: áreas urbanas e ambientais tomadas por resíduos, muitos dos quais poderiam ser reciclados ou descartados de forma correta.
"Os dias de folia sempre trazem problemas relacionados à sujeira nas cidades, mares e rios", explica Eduardo Azevedo, especialista em gestão de resíduos. Para ele, o impacto ambiental pode ser reduzido com pequenas mudanças de comportamento. “Usar latas em vez de plástico, descartar corretamente e até optar por purpurina biodegradável já faz diferença", pontua.
Carnaval sustentável: Uma responsabilidade de todos
Apesar das ações individuais serem importantes, Eduardo reforça que foliões sozinhos não conseguem sustentar a mudança. "Se governos e empresas não tomarem medidas concretas, continuaremos enfrentando os mesmos problemas todos os anos", explica Eduardo.
Ações como as implementadas em São Paulo, que exige que eventos façam a gestão dos resíduos gerados, são um bom exemplo de como políticas públicas podem criar bases sólidas para práticas mais sustentáveis. Além disso, parcerias entre governos e cooperativas ajudam a garantir a limpeza urbana, impedindo que resíduos terminem em locais inadequados.
Agentes de mudança
Com um papel crucial no Carnaval, as grandes empresas podem liderar a mudança. Como patrocinadoras de festas, blocos e grandes festividades que acontecem, elas têm a chance de inovar, substituindo o plástico por embalagens de alumínio, que são mais recicláveis, e oferecendo brindes úteis e sustentáveis.
"Não adianta distribuir itens promocionais que viram lixo nas ruas. É preciso criatividade para oferecer produtos duráveis e recicláveis, que criem valor em vez de problemas", comenta o especialista. Ele sugere brindes como bolsas reutilizáveis ou acessórios temáticos, que podem ser reciclados após o uso.
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.