A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta tarde o julgamento que pode transformar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete investigados em réus por tentativa de golpe de Estado.

A sessão teve início na manhã desta terça-feira (25), mas foi interrompida para o intervalo do almoço. Agora, os ministros analisam questões preliminares levantadas pelas defesas dos acusados, como a validade da delação premiada de Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) e suposta falta de acesso às provas. Os advogados também contestam o julgamento pela Primeira Turma, defendendo que o caso seja apreciado pelo plenário completo do STF.

Somente após a análise dessas questões, os ministros irão avaliar o mérito da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ou seja, se os acusados se tornarão réus. Caso a análise não seja finalizada nesta terça, o STF já reservou sessão para a manhã de quarta-feira (26).

A denúncia

A acusação foi apresentada em fevereiro pela PGR e envolve o chamado "núcleo central" de uma suposta trama golpista, composto por oito dos 34 denunciados:

• Jair Bolsonaro (ex-presidente);
• Walter Braga Netto (general e ex-ministro);
• Augusto Heleno (general e ex-ministro do GSI);
• Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin);
• Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
• Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
• Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa);
• Mauro Cid (ex-ajudante de ordens e delator).

Eles são acusados de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Sessão movimentada

Durante a manhã, os advogados de defesa atacaram a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que também se manifestou, reafirmando as acusações. Surpreendendo a todos, Bolsonaro compareceu pessoalmente ao STF para acompanhar o julgamento, algo incomum em casos desse tipo.

Com informações de Agência Brasil.