O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9) a fase de interrogatórios dos réus acusados de participar de um plano golpista que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. As oitivas serão transmitidas ao vivo pela TV Justiça e também pelo canal oficial do STF no YouTube.

Os depoimentos acontecerão ao longo de cinco dias, até sexta-feira (13), sempre na sala da Primeira Turma do Supremo. A condução ficará a cargo do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que julga os integrantes do chamado núcleo duro da tentativa de golpe.

O primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e delator no caso. No total, oito réus prestarão depoimento nesta etapa. Eles são acusados de integrar uma organização criminosa e de tramar um golpe de Estado.

Os interrogatórios começam às 9h, seguindo ordem alfabética, com exceção do general da reserva Walter Braga Netto, que será ouvido por videoconferência, pois está preso desde dezembro, acusado de obstrução de investigação e de tentar acessar informações sobre a delação de Mauro Cid.

Ordem dos depoimentos:

• Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
• Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
• Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
• Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
• Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
• Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
• Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
• Walter Braga Netto, general da reserva e ex-ministro da Defesa.

Os acusados respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

O interrogatório marca uma das últimas etapas do processo. A expectativa é que o julgamento final, que decidirá pela condenação ou absolvição dos réus, ocorra no segundo semestre deste ano. Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Por serem réus, todos têm o direito de permanecer em silêncio e de não produzir provas contra si, conforme prevê a Constituição Federal.

Com informações de Mais Goiás.