quarta-feira, 24 de abril de 2024

Sono ruim afeta 65% dos brasileiros, a pandemia pode ter sido uma das causas agravantes

POR Jornal Somos | 31/07/2022
Sono ruim afeta 65% dos brasileiros, a pandemia pode ter sido uma das causas agravantes
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Um estudo que ouviu 2.635 pessoas em todas as regiões do Brasil, mostrou que os brasileiros dormem muito mal e que a pandemia pode ter contribuído para agravar o problema. Estudo realizado por cientistas da USP e da Unifesp, publicado no Sleep Epidemiology, relatou que 65,5% dos brasileiros dizem ter problemas relacionados ao sono. 

 

Um dado que vem sendo recorrente em outros estudos nacionais e internacionais é que as mulheres são as mais afetadas, só elas respondem por um terço dos casos. 

 

Não há explicações médicas sobre isso, porém é um dado que se repete mais ou menos na mesma proporção em várias partes do mundo. Há hipóteses: “Existem algumas características genéticas, a questão da menopausa, embora isso não esteja ainda estabelecido”, diz Luciano Dager, principal autor do trabalho. “Mas o principal é esse papel central da mulher, assumindo múltiplas atividades e atendendo às mais diferentes demandas numa sociedade machista. Com isso, o perfil de ansiedade é mais frequente.”

 

Um caso foi o da advogada Isabelle que enfrentou problemas no sono devido a ansiedade. “Em 2019, eu comecei a ter dificuldades para dormir, tinha falta de ar, chegamos a achar que poderia ser apneia do sono, mas isso acabou sendo descartado. O diagnóstico foi de ansiedade mesmo”, diz Isabelle.

 

O estudo também revelou algo pouco incomum: um aumento dos problemas de sono entre homens jovens, o que geralmente é raro. Mais estudos precisam ser feitos para entender esse dados, mas os cientistas acreditam que as incertezas trazidas pela pandemia podem ser um motivo. 

 

“Nesse grupo (65,5%) estão incluídas as pessoas que têm distúrbios do sono, mas também outras que dormem mal pelas mais diversas razões, como estar acompanhado de alguém que ronca muito, por exemplo”, contou Dalva Poyares, da Unifesp, uma das autoras do estudo. “Ou seja, não quer dizer que, necessariamente, todos eles tenham um problema de saúde.”

 

O estudo mostrou que os fatores mais citados como responsáveis por um sono ruim são: o diagnóstico de insônia, o uso de mídias interativas pouco antes de dormir e a ausência do parceiro na mesma cama. “Vários estudos internacionais mostram que os divorciados, separados e viúvos dormem pior do que os casados”, lembra Dalva, “Dormir junto deve ter algum fator protetor, como confiança, que contribui para um sono melhor.”

 

Embora a coleta de dados para esse trabalho tenha ocorrido no início da pandemia no Brasil, diferentes aspectos, como problemas econômicos, podem ter tido um impacto na qualidade do sono. Porém, outros estudos já demonstraram o impacto da pandemia na qualidade do sono. 

 

Fontes: Mais Goiás

 

*Matéria produzida voluntariamente por Eduarda Lima e supervisionada pela redação do Jornal Somos 

 
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